Os brasileiros passaram a sentir mais insegurança ao frequentar lugares públicos, mostra pesquisa DataPoder360. O receio está relacionado ao coronavírus. O isolamento social segue sendo apontado por especialistas como melhor forma de conter o avanço da covid-19.
Os entrevistados que relataram se sentirem pouco seguros ou nem 1 pouco seguros nessas situações agora são 51%. No levantamento anterior, feito no fim de maio, eram 47%. A variação é maior que a margem de erro, de 2 pontos percentuais.
No mesmo período, o percentual dos que afirmam sentir-se totalmente seguros ou mais ou menos seguros para frequentar lugares públicos diminuiu 4 pontos e chegou a 47%.
A pesquisa foi realizada de 6 a 8 de julho de 2020 pelo DataPoder360, divisão de estudos estatísticos do Poder360, por meio de ligações para celulares e telefones fixos.
Foram 2.500 entrevistas em 512 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
No último dia em que os dados da pesquisa anterior foram coletados, 27 de maio, o Brasil tinha 411.821 casos confirmados da covid-19, doença causada pelo coronavírus. Os mortos eram 25.598.
Em 8 de julho, quando terminaram as entrevistas do estudo mais recente, o país tinha 1.713.160 casos confirmados, com 67.964 óbitos.
O aumento na insegurança dos brasileiros para sair de casa durante a pandemia coincide com o afrouxamento das medidas de isolamento por governadores e prefeitos.
Em São Paulo, por exemplo, o governador João Doria (PSDB) anunciou nesta 6ª feira (10.jul.2020) novo relaxamento da quarentena. O Estado foi o 1º do Brasil a confirmar 1 caso de coronavírus.
TRANQUILIDADE BOLSONARISTA
A pesquisa também mostra que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro têm preocupações menores sobre frequentar locais públicos.
Os que acham o trabalho do presidente “ótimo” ou “bom” se sentem totalmente ou mais ou menos seguros para sair para lugares públicos em 66% dos casos. No grupo, são 33% os que se sentem pouco ou nem 1 pouco seguros.
Já entre os que avaliam o governo como “ruim” ou “péssimo”, 65% sentem alguma insegurança sobre frequentar esses locais. Os integrantes do grupo que se sentem totalmente ou mais ou menos seguros são 34%.
A divergência entre apoiadores e opositores do presidente é em parte explicada pelo fato de Jair Bolsonaro minimizar a pandemia e usar a rejeição ao isolamento social para mobilizar seus seguidores.
O presidente entrou em atrito com governadores, responsáveis por implantar as medidas restritivas nos Estados. Dizia que os líderes locais estavam exagerando e seriam responsáveis pelo desemprego em massa que a pandemia deverá causar.
Nas últimas semanas a temperatura baixou, ainda que Bolsonaro persista em minimizar o vírus.
Na 3ª feira (7.jul.2020) o presidente da República anunciou que foi infectado. Fez o possível para transmitir tranquilidade e propagandeou a hidroxicloroquina.
Não há comprovação da eficácia do medicamento contra a covid-19. Os efeitos colaterais, por outro lado, são conhecidos. Bolsonaro tem feito 2 eletrocardiogramas por dia para monitorar eventuais danos causados pelo remédio em seu coração.
Fonte: Poder360
Foto: Sérgio Lima/Poder360