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Morre banqueiro mineiro Aloysio Faria aos 99 anos em São Paulo Criador do Banco Real, banqueiro construiu um império que inclui o banco Alfa, a gigante de material de construção C&C, emissoras de rádio e a produtora de óleo de palma Agropalma.

15 de setembro de 2020, 21h32 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O banqueiro Aloysio de Andrade Faria morreu aos 99 anos em uma fazenda de Jaguariúna (SP), nesta terça-feira (15). Ele foi o fundador do Grupo Alfa, um conglomerado de diversas empresas que inclui o Transamerica Expo Center, Banco Alfa, C&C Casa e Construção, rede de Hotéis Transamérica e a rede de sorveterias La Basque, além da Agropalma, que é a maior empresa de óleo de palma da América Latina.

Aloysio era o 21º homem mais rico do Brasil, sendo o integrante mais antigo da lista Forbes e tinha patrimônio estimado em R$ 8,32 bilhões, segundo ranking que ainda será publicado pela revista. O bancário levou o antigo Banco da Lavoura de Minas Gerais, um banco de médio porte do estado de Minas Gerais, a tornar-se o Banco Real, um dos maiores bancos do Brasil.

Em comunicado, o Conglomerado Alfa anunciou “com pesar” o falecimento de Aloysio, ocorrido hoje em sua fazenda na região de Campinas, interior de São Paulo, de causas naturais. “A trajetória dele sempre foi uma forte influência para o setor financeiro e a economia do país. Pessoa de uma cultura impressionante. Dr. Aloysio deixa um exemplo de discrição, simplicidade e empreendedorismo. Seu modelo de gestão sempre foi baseado na valorização da ética, confiança, seriedade e competência”, diz a nota. Há mais de 20 anos, Aloysio havia deixado a gestão do Grupo para os executivos Christophe Cadier, Fabio Amorosino e Beny Fiterman, que assinam o comunicado do Conglomerado Alfa. “Seguiremos horando sua memória e seu legado”, finalizam.

Não há informações confirmadas sobre velório e sepultamento do banqueiro, apenas de que serão restritos aos familiares.

No setor financeiro, o conglomerado é composto pelo Banco Alfa, Banco Alfa de Investimento, Alfa Financeira, Alfa Leasing, Alfa Corretora, Alfa Seguradora e Alfa Previdência e Vida, além do Delta Bank nos Estados Unidos e Cayman. Além disso, os negócios não financeiros englobam hotelaria (Rede Transamérica de Hotéis), eventos e exposições (Transamérica Expo Center), materiais de construção (C&C Casa e Construção), agropecuária e agroindústria (Grupo Agropalma), empreendimentos imobiliários, couro (Soubach), alimentação (Águas Prata e Sorvetes La Basque), cultura (Teatro Alfa), taxi aéreo (Metro Taxi Aéreo) e comunicações (Rádio Transamérica e TV Transamérica).

Perfil

De acordo com publicação feita pela Forbes, o bilionário que nasceu em Belo Horizonte (MG) aparece na 55ª posição da lista dos mais ricos do país no ranking 2020, que ainda será divulgado pela revista.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou que ele concluiu a graduação em medicina pela instituição em 1945 e exerceu a profissão por dois anos. Em seguida, diz texto, iniciou carreira no ramo bancário e se tornou diretor-presidente do Banco da Lavoura de Minas Gerais, fundado pelo pai.

“Em 1971, a instituição adotou o nome Banco Real, expandiu as atividades para o exterior e se tornou um dos principais conglomerados bancários do país. Depois de transferir o controle acionário do Banco Real, Faria continuou no ramo financeiro, na direção do Conglomerado Alfa”, destaca a UFMG.

Reconhecimento

“Faria foi membro do Comitê de Investimentos das Nações Unidas e recebeu a Comenda da Ordem do Rio Branco, uma condecoração oferecida pelo governo federal”, ressalta outro trecho de nota da UFMG.

Em nota, o Conglomerado Alfa destacou que Faria era entusiasta das artes: ele foi diretor do Museu de Arte Moderna de Belo Horizonte e do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Além disso, criou o Instituto Alfa de Cultura, mantenedor do Teatro Alfa, na capital paulista.

Com informações do G1.
Foto: Reprodução.

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