Home Política Bolsonaro diz em “enterrar” inquérito do STF e que Moro foi ‘leviano’

Bolsonaro diz em “enterrar” inquérito do STF e que Moro foi ‘leviano’ Ministro Marco Aurélio suspendeu investigação que apura interferência na PF.

17 de setembro de 2020, 21h19 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (17), durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, que quer “enterrar” o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura se chefe do Executivo federal tentou interferir na Polícia Federal. O presidente disse também que quer acabar com a “farsa” do ex-ministro.

A investigação foi aberta em maio e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Bolsonaro é investigado e nega interferência na PF.

“Se Deus quiser, a gente enterra esse processo e acaba com essa farsa desse ex-ministro, de me acusar de forma leviana”, afirmou Bolsonaro. “Ele alega que não me acusou, que trouxe fatos. Tá de brincadeira esse Sérgio Moro!”, completou o presidente.

O ex-ministro deixou o governo em abril, após Bolsonaro exonerar o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Segundo Moro, o presidente tentava indicar para o cargo alguém mais próximo a ele e também exigia acesso a informações de inteligência da corporação. Após a acusação, a Procuradoria-Geral da República passou a investigar o caso.

Nesta quinta-feira, no entanto, Marco Aurélio mandou suspender o inquérito até o plenário do Supremo decidir sobre como deve ser feito o depoimento de Bolsonaro aos investigadores – pessoalmente ou por escrito.

“Entrei com recurso, no dia de ontem [quarta], por volta das 22h. Como o ministro Celso de Mello tá de licença, o ministro Marco Aurélio deu uma liminar suspendendo tudo nesse inquérito até que o meu pedido de ser ouvido por escrito, como já aconteceu no passado com presidentes que me antecederam, valesse para mim também. Então tem que valer para todo mundo”, disse o presidente.

Na semana passada, ao determinar que Bolsonaro realizasse o depoimento de forma presencial, Celso de Mello argumentou que, no âmbito do inquérito, o presidente está na condição de investigação e não de testemunha.

Preço do arroz

Na live, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o excesso de dinheiro em espécie no mercado tem como consequência a inflação. Daí, segundo ele, o motivo do lançamento das notas de R$ 200.

Bolsonaro reconheceu a alta na cesta básica, especialmente no preço do arroz, mas disse que vem vindo uma super safra de arroz no final “deste ano para o começo do ano que vem” que pode aliviar o peso no bolso dos brasileiros.

O presidente condenou a possibilidade de baixar o preço do arroz “na canetada”. Citou a situação na Venezuela e sugeriu que a falta de alimentos nas prateleiras dos supermercados do país vizinho é consequência do congelamento de preços.

Volta às aulas

Bolsonaro voltou a criticar as medidas de isolamento adotadas no começo da pandemia por determinação dos governadores. O presidente afirmou que enviou mensagem ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, para ele se “preparar e começar a orientar para que se volte às aulas no Brasil”.

“É inadmissível perdermos 1 ano letivo. Por outro lado, a gente fica vendo sindicato dos professores […]. O pessoal deve saber como é composta a ideologia dos sindicatos dos professores pelo Brasil quase todo, né. É 1 pessoal de esquerda radical que para eles está muito bom ficar em casa, por 2 motivos. Primeiro porque para eles dos sindicatos eles não trabalham, ficam em casa. E outro, colabora para que a garotada não aprenda mais coisas, não volte a aprender, a se instruir”, disse.

O presidente também defendeu a volta parcial do público nos estádios de futebol.

“Pessoas que viviam da informalidade foram os primeiros atingidos daquela medida ‘feche tudo’. Porque não podia vender o churrasquinho de gato na praia, o refrigerante nos estádios. Inclusive, a gente espera que brevemente comece a ter público nos jogos de futebol. Que não seja com a sua capacidade plena, mas 10, 20, 30% acho que pode começar. Logicamente, vai vir o parecer da Anvisa, da Saúde para estar tudo positivo caminhando nesse sentido aqui”, afirmou.

Foto: Reprodução/Facebook.

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