Home Governo Programa de Michelle Bolsonaro financiou ONG enviada para tentar impedir aborto de menina estuprada no ES

Programa de Michelle Bolsonaro financiou ONG enviada para tentar impedir aborto de menina estuprada no ES O Pátria Voluntária repassou R$ 14,7 mil para a entidade antiaborto. A criança de 10 anos teve a identidade revelada antes do procedimento pro extremista de direita.

2 de outubro de 2020, 12h51 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Comandado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, o programa Pátria Voluntária repassou R$ 14,7 mil para uma ONG antiaborto contra o aborto que teria atuado diretamente no caso da menina de 10 anos estuprada pelo tio que ficou grávida, em São Mateus (ES). A informação é do jornal O Globo.

A Organização Não Governamental, que é presidida pela médica Mariângela Consoli de Oliveira disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ter sido enviada em uma “iniciativa institucional” ao Espírito Santo para tentar evitar o aborto da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada durante seis anos pelo tio.

A Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB), beneficiada com R$ 240 mil, foi indicada por Damares para receber os recursos, de acordo com documentos do programa Pátria Voluntária, liderado por Michelle, revelados pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo os sites da Receita Federal e da própria AMTB, a associação tem o mesmo endereço de registro da ONG Atini, fundada por Damares em 2006, na qual a ministra atuou até 2015. A reportagem foi ao local, onde funciona um restaurante desde novembro de 2019.

Segundo reportagem de Leandro Prazeres, na edição desta sexta-feira (2) do jornal O Globo, com base em informações obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI), a Associação Virgem de Guadalupe, de São José dos Campos, foi uma das contempladas pelo programa da primeira-dama. Mariângela, no entanto, diz que não procurou o governo para receber os recursos e que a entidade teria sido indicada por alguém que ela não soube identificar.

Presidente da organização católica, Mariângela Consoli fez parte da comitiva enviada ao Espírito Santo pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que tentou convencer autoridades e a família a não submeterem a criança ao aborto.

Ao jornal O Globo, Mariângela diz que sua entidade ofereceu suporte à garota, mas negou que tenha atuado para impedir o aborto.

Foto: Igo Estrela/Metrópoles

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