A Faculdade de Medicina da UFMG será uma das responsáveis pelo ensaio clínico da vacina candidata contra a covid-19 desenvolvida pelo grupo Johnson & Johnson, conhecida como Ad26.COV2.S. A testagem terá início na próxima semana. Nesta quarta-feira (7), o grupo de pesquisadores da UFMG envolvido nos estudos dará mais detalhes do experimento em coletiva de imprensa.
Essa é a primeira avaliação que a Instituição participa como centro colaborador da rede internacional CoVPN, que testará vacinas e anticorpos monoclonais produzidos por diversos laboratórios para combater o vírus SARS-CoV-2.
Os voluntários devem ter mais de 18 anos, mas, diferentemente dos testes feitos pela universidade com a vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotec, os interessados não precisam ser profissionais da área da saúde.
Esse estudo faz parte da fase 3 da vacina, conhecida como Ad26.COV2.S e feita pela farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, que pertence ao grupo Johnson & Johnson. Nas etapas anteriores, foram realizados testes que avaliaram sua segurança e imunogenicidade (capacidade de gerar respostas) em voluntários sadios – esta última etapa antecede o registro nas agências reguladoras para uso pela população geral.
O imunizante utiliza como vetor um adenovírus humano, sem capacidade de replicação, no qual se insere o material genético do SARS-CoV-2. Trata-se de uma vacina muito promissora pela potência imunogênica, de acordo com os resultados dos primeiros testes. Já se sabe que uma única dose é suficiente.
Podem se candidatar pessoas com mais de 18 anos de idade, sem limite superior de idade, por meio de preenchimento de formulário na internet. Haverá divisão por grupos, de acordo com as etapas da pesquisa. Inicialmente, a vacina será testada em pessoas sem patologias prévias, em grupos com menos ou mais de 60 anos. Após constatada a segurança do produto, haverá a segunda etapa com a testagem em pessoas da mesma faixa etária (grupo de 18 a 60 anos e o grupo com mais de 60 anos), mas com alguma comorbidade (obesidade, problemas cardíacos, hipertensão arterial, entre outras).
Um diferencial desse estudo é que a seleção não estabelece critério de ocupação profissional, como ser profissional da saúde. A prioridade é alcançar pessoas que corram mais risco de infecção pelo vírus. Espera-se ainda que o conjunto de voluntários recrutados reflita ao máximo a diversidade populacional, segundo variáveis como faixa etária, condição social, raça e gênero.
Todos os voluntários serão acompanhados por 24 meses e, após a confirmação da eficácia da vacina, os voluntários que receberam o placebo serão prioritários na distribuição da vacina.
Com informações da UFMG.
Foto: NIAID-RML / Fotos Públicas / CC BY-NC 2.0.
1 comentário
Não vejo a hora dessa vacina se concretizar!