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Nilmario diz ao EM que escândalos do PT foram forjados Candidato à Prefeitura de Belo Horizonte concedeu entrevista ao Estado de Minas, TV Alterosa e Portal Uai

28 de outubro de 2020, 10h23 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Estado de Minas

Por causa de escândalos de corrupção envolvendo membros do Partido dos Trabalhadores, a legenda viveu uma grave crise e assistiu à retração de sua relevância política nas últimas eleições. O partido chegou a deixar de usar seus tradicionais símbolos, como a estrela de cinco pontas e a cor vermelha, mas retomou o uso dessa identidade visual nas Eleições 2020.

Questionado pelo Estado de Minas (clique aqui para ler a íntegra da entrevista) sobre o momento pelo qual passou o PT, e sobre o crescimento do ‘antepetismo’ e do ‘bolsonarismo’, o candidato da legenda à Prefeitura de Belo Horizonte alegou que os escândalos de corrupção do PT foram ‘forjados’ para prejudicar o partido.

“Em primeiro lugar, vamos falar de escândalos. Governamos essa cidade por 16 anos e sempre teve 30% contra. Não tem nada a ver com escândalos. Escândalos pra mim foram forjados para evitar uma eleição democrática. O símbolo foi aquele discurso do Aécio Neves no Senado em 21 de novembro 2014, que chamou um golpe. O avô dele (Tancredo Neves) foi a pessoa que mais combateu golpes no Brasil. E foi um conservador, uma pessoa admirável. E logo o neto dele foi quem chamou um golpe, começou a romper as regras da democracia. Antes disso, havia eleições normais”, argumentou o candidato.

Nilmário frisou que sempre houve aversão de parte da população ao PT e a partidos classificados como de ‘esquerda’. Ele também atacou membros da ‘direita’, citando o racismo e o machismo no Brasil.

“O Célio de Castro tem uma frase que eu nunca esquecerei: ‘Aqui em Belo Horizonte é assim, 30% é direita. Se eu pintar as ruas de ouro, eles votam contra mim, porque eu sou da esquerda’. E é verdade. Nunca tivemos o voto de todos, mesmo com excelentes administrações. Isso faz parte da história de BH, de Minas do país. Um país que teve mais de três séculos de escravidão, que as mulheres foram votar pela primeira vez na década de 30, que analfabetos passaram a votar a partir de 1988. Claro que tem uma direita forte neste país! Uma direita que tem saudade da casa grande, que é racista, homofóbica, machista, patriarcalista. Mesmo quando não professa o ódio. Aquele ódio agressivo, destrutivo, ela é isso. Um dos países que mais mata mulheres no mundo! Que mais tem estupro de crianças dentro de casa. Que mais tem racismo institucionalizado. Esse é o Brasil”, disse.

De acordo com o candidato, o país vive um momento de exceção, com o crescimento do ‘neofacismo’.

“Agora, o ponto fora da curva é o neofascismo. Precisamos nos livrar dele e voltar a ter um país democrático. Com revezamento no poder. Que ganhe a direita, que ganhe a esquerda, mas que aceite o resultado. Não faça como o Aécio fez”, disse.

Mesmo após a crise do partido, Nilmário projetou um crescimento da bancada petista na Câmara de BH nestas eleições, ficando dentro do que ele chama de ‘média’ do partido e seus aliados, com aproximadamente seis vereadores.

“Na última eleição, elegemos dois do PT e um do PCdoB. Nessa eleição que foi uma resistência, porque foi um massacre. Aquelas delações arranjadas do Palocci (de ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil no governo Dilma), por exemplo, para derrotar o Haddad tiveram efeito sobre o PT no Brasil inteiro. Fizemos dois vereadores do PT, mesmo número que tínhamos em 1982, mas sempre tivemos uma média de seis. Às vezes um pouco mais que isso, mas com coligações com PCdoB, PSB… É possível chegar, com os votos dos eleitores que se declaram petistas, nos próximos dias, provocar um segundo turno e eleger uma boa bancada, chegando o mais próximo possível da média”, afirmou.

Relações com Governo Federal e Estadual

Apesar de ser de um partido de oposição aos que atualmente ocupam os governos estadual e federal, Nilmário afirmou que pretende manter uma relação democrática com o governador Romeu Zema (Novo) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“A (relação será) mesma que nós tivemos. Eu fui ministro do governo Lula. Tivemos quatro governos, 16 anos, e nunca discriminamos uma cidade por ser do partido A, B ou C. Quando se discrimina uma cidade, se prejudica o povo. O Zema vai ser contra quem votou nele? Vai perseguir porque um prefeito é do PT e é contra as privatizações que ele quer fazer, que achamos totalmente absurdas? Não. Tem que haver uma relação republicana. O que tiver que investir, tem que investir. Assim como o Governo Federal”, afirmou.

O candidato disse que se respalda na Lei para garantir que Belo Horizonte não seja prejudicada politicamente, caso venha a ser governada por um partido não alinhado à ideologia dos que comandam o país e o estado.

“Felizmente, para muitas políticas públicas, existe o pacto federativo, que diz que a União deve entrar com isso e aquilo. Se ele se recusar, você judicializa e a cidade ganha. Teremos uma relação republicana normal para tratar os governos. Uma coisa é oposição política, que meu partido faz de forma vigorosa ao governo Bolsonaro, que a gente chama de neofacista, de rompimento com a democracia, com a soberania nacional, antipopular. Agora, como prefeito, meu papel não é esse. Isso é meu partido quem faz, na Câmara Municipal, na Assembleia, Câmara dos Deputados e no Senado. O prefeito governa para todos. Mesmo quem não votou nele e até quem não gosta dele.

Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press

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