Por O Tempo
Os números da pandemia Covid-19 estão aumentando em Minas Gerais, mas o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, reafirma que não se trata de uma segunda onda e que não parece necessário reabrir o hospital de campanha, desmontado em setembro sem ter sido utilizado, no Expominas, em Belo Horizonte.
“Na minha visão, entendo que é um contínuo, e não uma segunda onda, até porque não tínhamos acabado a primeira. Desde o início, vemos que existe uma relação: o distanciamento diminui, os casos aumentam um pouco. É uma flutuação. Estaremos convivendo com o vírus ao longo do tempo” , disse, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (3). Por trás da flutuação atual, ele diz que podem estar os feriados prolongados e a alta de pessoas nas ruas durante as eleições.
De acordo com ele, a ocupação de leitos no Estado está sob controle: atualmente, é de 68,7% nos leitos de enfermaria e 65,3% nos leitos de UTI. Existe uma tendência de alta na média de internações semanais no UTI: ela cresce desde o meio de novembro e, do dia 29 do último mês até hoje está em torno de 875. Em julho, ultrapassava 1.000.
O hospital de campanha não seria necessário, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), porque houve reforço da rede hospitalar durante a pandemia. Os leitos do hospital temporário seriam destinados apenas a enfermaria, e atualmente existem cerca de 5.000 leitos do tipo vazio na rede de saúde.
“O hospital de campanha foi pensado em um momento em que ninguém conhecia a pandemia, o cenário parecia caótico e precisávamos tomar providências”, completou o secretário adjunto da SES-MG, Marcelo Cabral.
Ainda que, na perspectiva da SES-MG, não haja uma segunda onda, o cenário atual demanda cuidado redobrado de cada cidadão para a situação não sair de controle, reforça Amaral. “Quem puder evitar aglomeração, evite. Quem puder ficar em casa, que fique. É importantíssimo ter uma diminuição do percentual de exposição das pessoas. Se uma pessoa que saiu de casa todo dia puder sair dia sim, dia não, já vamos reduzir 50% da sua exposição (ao vírus). (O distanciamento) é a única forma de reduzir a transmissão”, ressaltou. A taxa de transmissão (Rt) no Estado tem circulado entre 1 e 1,1, de acordo com o secretário. O ideal, para diminuição dos níveis da pandemia, é estar abaixo desse valor.
Positividade de testes aumenta em Minas
Também em ascensão, a positividade dos exames do tipo RT-PCR no Estado chegou a 31%, número mais alto desde meados de setembro e próximo do que o Estado registrou no pico da pandemia, em julho, quando circulou entre 33% e 35%.
De acordo com o secretário Carlos Eduardo Amaral, todos os testes necessários estão sendo processados no Estado, que é o terceiro que menos testa no país, segundo o IBGE. São realizados de 7.000 a 8.000 testes semanais na rede estadual, conforme ele contabiliza, e a recomendação atual da secretaria é testar mesmo quem apresente apenas sintomas leves.
Governo inicia diálogo sobre vacina produzida na Funed, mas sem data para concluí-la
Como O Tempo adiantou, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), está em diálogo com a empresa Covaxx para produzir cerca de 25 milhões de doses de uma vacina contra a Covid-19 em Minas. Empresas mineiras apoiam o desenvolvimento da dose, mas o Estado ainda não fez qualquer investimento financeiro na pesquisa, de acordo com o secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral. Conforme ele explicou, por ora a Funed tem apenas um memorando de entendimento com a empresa, o que oficializa o diálogo sobre a parceria, mas não é um contrato.
Diferentemente da Coronavac e das vacinas de Oxford e da Pfizer, a opção da Covaxx ainda está na fase um de pesquisa. Em setembro deste ano, o diretor médico da Dasa, empresa que desenvolve a vacina em parceria com a Covaxx, disse que ela não seria disponibilizada antes de 2022, segundo informações da Agência Brasil.
Foto: Alex de Jesus