O governo de Minas Gerais está em tratativa com a Covaxx, divisão norte-americana da farmacêutica United Biomedical, para a produção de uma vacina contra o novo coronavírus. Um memorando de entendimento foi assinado entre as partes, sinalizando que, a partir de agora, a empresa e o poder público irão discutir a possibilidade de parceria.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (3), pelo secretário de Estado de Saúde (SES), Carlos Eduardo Amaral, durante entrevista coletiva sobre a situação da pandemia de Covid-19 no território.
“Temos expectativas outras que serão definidas à medida que as ações do memorando de entendimento forem sendo tomadas”, disse.
Amaral também prevê que, caso a parceria seja viabilizada, os testes das fases 2 e 3 da Covaxx sejam realizados por aqui. “Para definir a eficácia dessa vacina”, afirmou.
Em seguida, ainda de acordo com Carlos Eduardo Amaral, a expectativa é apresentar a proteção ao Ministério da Saúde para que ela seja incorporada ao Programa Nacional de Imunização, caso as doses apresentem eficácia e eficiência.
Sobre a estratégia de vacinação contra a Covid-19 em Minas, o secretário reforçou que a elaboração deve ser feita, até o momento, pelo governo federal. “Para que não haja diferença entre os estados nem municípios”, concluiu.
Reunião
O governador Romeu Zema participou ontem de reunião, por videoconferência, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e demais governadores, para discutir o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. A previsão, segundo o ministro, é que a vacinação possa ser iniciada a partir de janeiro de 2021 por meio do Programa Nacional de Imunizações do SUS.
“O Ministério da Saúde garantiu que teremos vacina para os brasileiros a partir de janeiro do ano que vem, o que é um alento para os governadores. Para nós, o que interessa é ter uma vacina eficaz e com agilidade na produção. O estado de Minas já conta com um plano de contingência para garantir a distribuição a todos os mineiros”, afirmou o governador Romeu Zema.
O ministro Eduardo Pazuello afirmou que vai incluir a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com um laboratório chinês no cronograma de vacinação. A ideia é que sejam adquiridas 46 milhões de doses na primeira fase de produção, ainda este ano.
Opções
Segundo o Ministério da Saúde, o governo federal também já fechou acordo para a compra de cerca de 210 milhões de doses de vacinas em 2021. A produção da vacina está sendo feita pela Universidade de Oxford e acompanhada pela Fiocruz.
As vacinas estão em fase final de estudos e comprovação científica de sua eficácia para, posteriormente, serem registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além delas, o Ministério da Saúde também apresentou os estudos e acompanhamentos realizados para a criação de outras vacinas a partir de parcerias com institutos de pesquisa, ciência e tecnologia do Brasil com empresas nacionais e internacionais.
Com Agência Minas
Foto: Reuters via BBC