Por Metrópoles
A apoiadores nesta quinta-feira (7/1), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) endossou a tese do presidente Donald Trump de que houve fraude nas eleições norte-americanas. O resultado deu vitória ao democrata Joe Biden e culminou na invasão do Congresso americano nessa quarta-feira (6/1), quando ocorria a certificação de Biden como presidente eleito.
Segundo Bolsonaro, que é aliado de Trump, a crise observada no país ocorre em decorrência da falta de confiança da população no voto e afirmou que contestações sobre o resultado eleitoral também podem ser observadas no Brasil nas eleições de 2022.
“Se nós não tivermos o voto impresso em 22, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos”, afirmou.
“Olha só, pessoal, o pessoal tem que analisar o que aconteceu nas eleições americanas agora: basicamente qual foi o problema, a causa dessa crise toda: falta de confiança no voto. Então, lá o pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal da pandemia, e houve gente lá que votou três, quatro vezes, mortos votaram, foi uma festa lá, ninguém pode negar isso daí.”
“Então, a falta dessa confiança levou esse problema que tá acontecendo lá. Aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 22, vai ser a mesma coisa. A fraude existe. Daí a imprensa vai falar: ‘sem provas, fala que a fraude existe’. Eu não vou responder esses canalhas. Eu só fui eleito porque tive muito voto em 18.”
Voto impresso
O voto impresso tem sido uma das principais bandeiras de Bolsonaro. Segundo ele, o uso de papel evitaria fraudes eleitorais. Em 2020, Bolsonaro disse que entregaria documentos que comprovariam que houve fraude no pleito de 2018, que o elegeu presidente. Ele sustenta que deveria ter sido eleito em primeiro turno. O mandatário, contudo, não chegou a apresentar os documentos.
Tramita, no Congresso, proposta de emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que exige a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil. A admissibilidade da proposta foi aprovada em dezembro do ano passado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda formação de comissão especial para analisar o conteúdo.
Pelo texto, essas cédulas poderão ser conferidas pelo eleitor e deverão ser depositadas em urnas indevassáveis, de forma automática e sem contato manual, para fins de auditoria. Em junho de 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional o trecho da minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso em 2015, que previa o voto impresso.
Foto: Marcos Correa / PR