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O que significa a volta dos EUA ao Conselho de Direitos Humanos da ONU? Biden tenta reconectar país à comunidade internacional, mas deverá atrair a ira de republicanos e de Israel, que apontam organismo como tendencioso em suas resoluções.

8 de fevereiro de 2021, 16h19 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O governo Biden faz nova tentativa de reconectar os EUA à comunidade internacional, com a decisão de retornar ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, do qual o país foi retirado há quase três anos pelo então presidente Donald Trump. A volta será com o status de observador, sem direito a voto, pelo menos até o fim deste ano, quando pleiteará o status de membro permanente.

O anúncio, a ser feito pelo secretário de Estado, Anthony Blinken, em Genebra, certamente atrairá a ira dos republicanos e protestos do premiê Benjamin Netanyahu, que denunciam a perseguição do Conselho a Israel em suas resoluções. Foi a mira desproporcional do organismo à atuação do país frente aos palestinos, aliás, a principal razão alegada por Trump para sair do organismo, em 2018.

Além de exigir reformas em sua estrutura, o governo americano anterior questionava a adesão de países autoritários, como China, Cuba, Eritreia, Rússia e Venezuela, ao Conselho de Direitos Humanos. Paradoxalmente, Trump empreendia relações com Arábia Saudita, Coreia do Norte e Egito, entre outras autocracias.

Quarenta congressistas republicanos assinaram uma carta enviada ao presidente Biden pedindo que repense sua decisão e mantenha os EUA fora do UNHRC (a sigla em inglês do Conselho de Direitos Humanos). “Israel é o único país a ser um item permanente na agenda do conselho”, alega o grupo liderado pelo deputado Chip Roy, do Texas.

O atual governo, contudo, prefere estar engajado no organismo multilateral e empreender “a luta contra a tirania e a injustiça” do que estar alijado dele, conforme justifica a retomada gradual de seus elos com a comunidade internacional. Tentará se reintegrar como membro permanente a uma das vagas que serão abertas na eleição de outubro.

Nos últimos quatro anos, os EUA reduziram seu papel de líder mundial, rompendo acordos como o do Clima, do Irã e tratados de controle de armas. Afastaram-se também de organismos multilaterais, como a OMS e a Unesco. Em menos de um mês no cargo, Biden tenta limar estragos e recuperar o posto para o país, sob o mantra “A América está de volta”.

Agora é saber como o governo vai combinar esta retórica com ações concretas em casa ou no exterior, conforme resumiu num tuíte Jamil Dakar, diretor do programa de direitos humanos da American Civil Liberties Union.

Foto: Joshua Roberts/Reuters

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