Home Comércio Nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala é nomeada ao posto principal da Organização Mundial do Comércio (OMC) e torna-se a primeira mulher nesta liderança

Nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala é nomeada ao posto principal da Organização Mundial do Comércio (OMC) e torna-se a primeira mulher nesta liderança Economista foi eleita nesta segunda-feira (15) com posse prevista para o dia 1º de março; avaliação da economista que já foi ministra duas vezes em seu país, é que o comércio global pode ajudar a aliviar a pandemia de Covid-19, enfrentar as mudanças climáticas e restaurar a crença no sistema de cooperação internacional, enfraquecida ao longo dos 4 anos do governo Trump nos EUA.

16 de fevereiro de 2021, 02h53 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, ex-ministra das Finanças, foi nomeada nesta segunda-feira(15) para chefiar a Organização Mundial do Comércio (OMC). Ex-ministra em seu país por duas vezes, ela se torna a primeira mulher e nigeriana  de todo o continente africano a assumir o posto principal da associação de 164 países sediada em Geneva, na Suíça, que modera as relações comerciais globais.

A assembleia que confirmou e formalizou  sua posse  foi em reunião virtual realizada hoje por volta da 15 noras do horário de Genebra (11h em Brasília).

“Os membros da OMC acabam de aceitar nomear Ngozi Okonjo-Iweala como próxima diretora-geral da OMC. A decisão foi tomada por consenso durante uma reunião especial do Conselho Geral realizada hoje”, indicou a organização poucos minutos após o início do encontro.

Okonjo-Iweala assume suas funções no dia 1º de março e o seu mandato, que pode ser renovado, expira em 31 de agosto de 2025. Ela substituirá o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, que renunciou ao cargo em setembro do ano passado. O posto de diretor-geral da OMC estava vago desde a ocasião, porque a administração de Donald Trump apoiava a ministra do Comércio da Coreia do Sul, Yoo Myung-hee, o que obstruía a indicação por consenso.

Dias após tomar posse, o presidente norte-americano Joe Biden mudou a orientação do país e passou a apoiar a indicação da nigeriana. A candidata sul-coreana desistiu da disputa no início de fevereiro, abrindo caminho para a escolha de Okonjo-Iweala.

Desafios
Autodenominada “realizadora” e conhecida por enfrentar problemas aparentemente insolúveis, Okonjo-Iweala terá muito com que se ocupar na entidade comercial mesmo sem Donald Trump, que ameaçou retirar os Estados Unidos da OMC.

Como diretora-geral, uma posição que concede poder formal limitado, Okonjo-Iweala, de 66 anos, precisará intermediar tratativas comerciais internacionais perante um conflito persistente entre os Estados Unidos e a China, reagir à pressão pela reforma das regras comerciais e se contrapor ao protecionismo acentuado pela pandemia de covid-19.

No discurso feito na OMC após a vitória, ela disse que fechar um acordo comercial na próxima grande reunião ministerial será uma “das maiores prioridades”, e também exortou os membros a rejeitarem o nacionalismo da vacina, de acordo com um delegado presente à reunião fechada, que foi realizada virtualmente.

No mesmo discurso, ela descreveu os desafios que a entidade enfrenta como “numerosos e traiçoeiros, mas não insuperáveis”.

Em sua avaliação, o comércio global pode ajudar a aliviar a pandemia de Covid-19, enfrentar as mudanças climáticas e restaurar a crença no sistema de cooperação internacional, enfraquecida ao longo dos 4 anos do governo Trump nos EUA. Para ela, a OMC tem um papel central a desempenhar como facilitador: “Se a OMC não existisse, precisaríamos inventá-la“, diz a economista.

Perfil

Nascida em 1954 na Nigéria, então sob o controle colonial britânico, Ngozi mudou-se para os EUA em 1973 para estudar economia na Universidade Harvard. Mais tarde, em 1981, obteve o título de PhD pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Em meio à onda anti-imigração de Trump, ganhou cidadania norte-americana em 2019. Veterana de 25 anos do Banco Mundial, onde supervisionou um portfólio de US$ 81 bilhões, Okonjo-Iweala enfrentou sete outros candidatos defendendo a crença na capacidade do comércio de tirar as pessoas da pobreza.

Okonjo-Iweala estudou economia do desenvolvimento em Harvard depois de testemunhar uma guerra civil na Nigéria na adolescência. Em 2003, ela voltou ao país para servir como ministra das Finanças, e apoiadores ressaltam sua postura rígida nas negociações, que ajudou a selar um acordo de cancelamento de bilhões de dólares de dívida nigeriana com as nações credoras do Clube de Paris em 2005.

O comissário de Comércio da União Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que espera trabalhar estreitamente com ela para impulsionar uma “reforma muito necessária da instituição”.

 

* Com informações da RTP, NHK e Reuters

Foto: Reuters

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário