O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que vai ser reunir de forma virtual com representantes da Pfizer e da Johnson & Johnson na segunda-feira (22), para que possa fazer uma ponte entre as empresas e o governo para poder obter mais vacinas contra a covid-19.
Segundo Pacheco, o entrave é uma cláusula nos contratos das duas vacinas em que as empresas não se responsabilizam por eventuais efeitos negativos dos imunizantes e a União não quer assumir esse risco.
Diante disso, Pacheco disse que o Senado tem uma proposta para que União assuma essa responsabilidade, sem que haja repercussão jurídica, em referência à emenda do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) à Medida Provisória das Vacinas.
No sábado, o presidente do Senado participou de live promovida pelo Grupo Prerrogativas. O tema do debate virtual foi “Sob nova direção: os desafios do Poder Legislativo”.
Pacheco também afirmou que o Senado está trabalhando para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não se atenha à burocracia e possa agilizar o processo de aprovação dos imunizantes.
Em um discurso conciliador, o senador disse que há erros na gestão da pandemia de covid-19 não só do Executivo ou do presidente da República, mas de todas as instituições. Pacheco afirma que tem colaborado com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ponderando, contudo, que o passado terá “julgamento jurídico, político e moral”. Ele ainda mencionou que está pendente a análise do requerimento de instalação da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) para apurar a conduta do Ministério da Saúde em relação à pandemia.
“Negacionismo sobre pandemia é um erro, mas não podemos nos render também à negativismo”, referindo-se à avaliação de que tudo está errado no País, após críticas de participantes do debate sobre a postura do governo federal no enfrentamento da doença.
“Nessa guerra contra pandemia há erros e acertos”, completou, afirmando que trabalha para diminuir os erros e erradicar logo a covid-19.
Em uma dose, a vacina da Pfizer tem eficácia de 85% . O governo federal vem monitorando a vacina, mas inicialmente considerou que haveria dificuldade para armazenar a imunização, pois exige condições específicas, que estão fora do padrão do sistema brasileiro como tem destacado à imprensa.
No entanto, o principal entrave apontado pelo governo está relacionado com a proposta de contrato, na qual o laboratório não se responsabiliza por eventuais efeitos adversos da vacina. A cláusula é a mesma presente em contratos do laboratório em outras partes do mundo. Mas o Ministério da Saúde refuta essa possibilidade.
Com Estadão Conteúdo
Foto: Agencia da Câmara