Por G1
Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo” na noite desta quinta-feira (18) aponta que 79% dos brasileiros acham que a pandemia está fora do controle e 82% têm medo (muito ou um pouco) de ser infectado pelo coronavírus.
O instituto perguntou ao entrevistado se a pandemia do coronavírus está controlada ou não. As respostas:
- Fora de controle: 79%
- Em parte controlada: 18%
- Totalmente controlada: 2%
- Não sabe: 1%
Na pesquisa anterior, realizada em janeiro, 62% dos brasileiros disseram que a pandemia estava sem controle; 33% falaram que a situação estava controlada parcialmente; 3% entenderam que estava totalmente controlada; e 2% não souberam responder.
O levantamento também mostra o medo do brasileiro em ser contaminado:
- Muito medo: 55%
- Um pouco de medo: 27%
- Não tem medo: 12%
- Já pegou coronavírus: 7%
Pesquisas anteriores do instituto sobre o medo do brasileiro indicaram:
- Muito medo: 44% (janeiro de 2021); 41% (outubro de 2020); 43% (agosto de 2020); 47% (junho de 2020); 45% (maio de 2020); 38% (abril de 2020); e 36% (março de 2020)
- Um pouco de medo: 33% (janeiro de 2021); 32% (outubro de 2020); 36% (agosto de 2020); 31% (junho de 2020); 34% (maio de 2020); 39% (abril de 2020); e 38% (março de 2020)
- Não tem medo: 16% (janeiro de 2021); 24% (outubro de 2020); 18% (agosto de 2020); 19% (junho de 2020); 21% (maio de 2020); 23% (abril de 2020); e 26% (março de 2020)
- Já pegou coronavírus: 7% (janeiro de 2021); 3% (outubro de 2020); 4% (agosto de 2020); e 3% (junho de 2020)
A pesquisa foi realizada com 2.023 brasileiros adultos, que possuem telefone celular, em todas as regiões e estados do país, entre os dias 15 e 16 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Pior momento da pandemia
O Datafolha realizou a pesquisa durante o pior momento da pandemia no país. O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o médico Marcelo Queiroga será o novo ministro da Saúde, no lugar de Eduardo Pazuello, o quarto ministro na pasta desde o início da pandemia.
O Brasil registrou 2.659 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e totalizou nesta quinta 287.795 óbitos. Com isso, a média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 2.096, novo recorde no índice. Em comparação à média de 14 dias atrás, a alta é de 47%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.
Já são 57 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil, e pelo décimo primeiro dia a marca aparece acima de 1,5 mil. Foram 20 recordes seguidos nesse índice, registrados de 27 de fevereiro até aqui.
Vinte estados e o Distrito Federal estão com alta nas mortes: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins, Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe.
São Paulo e Rio de Janeiro
Para tentar aumentar o isolamento social e conter o avanço de casos de Covid-19, a Prefeitura de São Paulo anunciou a antecipação de cinco feriados municipais (veja calendário) e uma mudança no horário do rodízios de carros, mas descartou lockdown.
Nesta quinta (18), o prefeito Bruno Covas confirmou a primeira morte de um paciente com a doença por falta de leito de UTI na cidade: um jovem de 22 anos. Segundo a prefeitura, foi feito um pedido de leito no Sistema Cross, que regula vagas do SUS no estado, mas não foi disponibilizado a tempo.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (DEM) disse que avalia um “fechamento completo” da capital carioca devido ao maior número de pacientes em UTIs: são 622 internados só nesta quinta.
O comitê científico da Prefeitura vai se reunir só na próxima segunda (22), mas um dos membros, o infectologista Alberto Chebabo, já avalia que o lockdown pode ser necessário: “Momento de ampliar restrições”.
Paes já decidiu fechar as praias e áreas de lazer da cidade no fim de semana, já partir de sábado (20), para tentar conter o avanço do vírus na capital fluminense.
Foto: Amanda Perobelli/Reuters