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Desgastes e queda na popularidade: entenda como pressão sobre Bolsonaro cresceu Em meio à pandemia, presidente vê piora na avaliação de seu governo, enfrenta problemas com o Congresso e até com o setor econômico.

25 de março de 2021, 09h38 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Agência o Globo

Pouco mais de um ano após o início da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro se encontra cercado por instabilidade em diferentes frentes. Nesta quarta-feira (24), o país ultrapassou a marca de 300 mil mortes por Covid-19 , sem sinais de diminuição do ritmo de contaminação ou de aceleração da vacinação.

A condução errática do governo federal levou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do Bolsonaro, a subir o tom das cobranças. No setor econômico, a cobrança foi tornada explícita por meio de uma carta: empresários, banqueiros e economistas cobraram medidas concretas de enfrentamento à pandemia. Outra má notícia veio em formato de pesquisa: seguindo o Datafolha, 54% dos brasileiros reprovam a gestão de Bolsonaro na crise sanitária, maior nível desde o começo da crise sanitária.

Em quatro pontos, entenda os principais fatores que explicam a crise:

  • Paciência do Congresso Nacional se esgotando
  • Distância cada vez maior com o Judiciário
  • Popularidade em queda, avaliação negativa do governo em alta
  • Desgaste na economia e com diversos personagens do setor

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), passou um recado claro durante um discurso em plenário na noite desta quarta-feira: a paciência do Congresso com a condução do governo no momento mais grave da pandemia está se esgotando.

Horas após participar de reunião no Palácio da Alvorada, Lira fez uma referência indireta a um processo de impeachment . Nas palavras do presidente da Câmara, “tudo tem limite”: “mas será preciso que essa capacidade de ouvir tenha como contrapartida a flexibilidade de ceder. Sem esse exercício, a ser praticado por todos, esse esforço não produzirá os resultados necessários. Os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos. Alguns, fatais. Muitas vezes são aplicados quando a espiral de erros de avaliação se torna uma escala geométrica incontrolável. Não é esta a intenção desta presidência. Preferimos que as atuais anomalias se curem por si mesmas, frutos da autocrítica, do instinto de sobrevivência, da sabedoria, da inteligência emocional e da capacidade política”.

O discurso de Lira foi construído com outras lideranças, que argumentaram junto ao presidente da Câmara que a Casa não poderia “afundar junto com o governo”.

No fim da semana passada, o presidente do Senado , Rodrigo Pacheco, já havia manifestado insatisfação após Bolsonaro comparar restrições impostas por governadores a um “estado de sítio”: “não há mínima razão fática, política e jurídica, para sequer se cogitar o estado de sítio no Brasil. Volto a dizer que o momento deve ser de união dos Poderes e ações efetivas para abertura de leitos, compras de medicamentos e vacinação”.

Foto: Sérgio Lima/Poder360

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