Home Meio Ambiente “Não vai passar boiada”, responde superintendente da PF no Amazonas para Ricardo Salles sobre empresas investigadas na extração ilegal de madeira

“Não vai passar boiada”, responde superintendente da PF no Amazonas para Ricardo Salles sobre empresas investigadas na extração ilegal de madeira Ao reagir a críticas, Alexandre Saraiva disse que é a primeira vez que vê um ministro do Meio Ambiente se posicionar contra ação protetiva pois Salles saiu foi em defesa de madeireiras alvo de operação histórica da polícia.

5 de abril de 2021, 09h39 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, rebateu às críticas feitas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre a maior operação contra extração ilegal de madeira na história do Brasil, realizada em dezembro do ano passado sob seu comando.

A grande apreensão de madeira virou motivo de atrito entre a Polícia Federal e Ricardo Salles.

O ministro foi na última quarta-feira (31) ao Pará, onde fez uma espécie de verificação da operação. Salles aponta falhas na ação e tem dito que há elementos para achar que as empresas investigadas estão com a razão.

Em entrevista publicada nesta segunda-feira (5) ao jornal Folha de S.Paulo, Saraiva criticou a ida de Salles ao Pará na semana passada. No dia, o ministro chegou a publicar uma foto com madeiras enormes ao fundo.

” Me parece que é o mesmo que um ministro do Trabalho se manifestar contrariamente a uma operação contra o trabalho escravo. Nunca tive notícia de um ministro do Meio Ambiente se manifestando contrariamente a uma operação que visa proteger a floresta amazônica. É um fato inédito e que me surpreendeu”, declarou o chefe da PF no Amazonas.

Saraiva disse que tudo que foi apreendido desde dezembro do ano passado, mais de 200 mil metros cúbicos de madeira, é produto de ação criminosa. Ele afirma também que as empresas até agora não apresentaram documentos requisitados pela PF.

Saraiva foi categórico ao afirmar que as empresas investigadas na operação estão atuando de forma ilegal na região.

“Temos 10 ou 12 laudos atestando de forma inequívoca a ilegalidade de exploração. As empresas têm mais de duas dezenas de autuações no Ibama. É uma organização criminosa. Não merecem nem a denominação de empresas. Têm a vida dedicada ao crime, ao furto de bens públicos, à fraude, à corrupção de servidores públicos”, declarou.

Questionado sobre a declaração feita por Salles, em reunião ministerial em 22 de abril de 2020, sobre aproveitar as atenções voltadas ao covid-19 para passar a boiada, Saraiva foi taxativo: “Na Polícia Federal não vai passar boiada”.

Superintendente da corporação no Estado do Amazonas desde 2017, o policial federal já ocupou o cargo também em Roraima (2011-2014) e no Maranhão (2014-2017). Saraiva é doutor em Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Amazônia pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas).

Com Poder 360
Foto: Montagem de divulgação

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário