Por CNN. Com diagnóstico de que a criação da CPI da Covid-19 no Senado com foco na União será inevitável, ministros do Palácio do Planalto e lideranças governistas no Congresso passaram a concentrar as articulações em tentar “conter danos” maiores para o governo na comissão.
Um dos focos da articulação política é evitar que um senador de oposição, como Renan Calheiros (MDB-AL), assuma algum posto de destaque na CPI. O emedebista alagoano vem buscando apoio dos colegas na Casa para ser o presidente da comissão.
A articulação para conter o movimento de Renan tem sido comandada pela ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda. Nessa tarefa, ela conta com ajuda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem não interessa o protagonismo de um adversário político regional.
Governistas articulam a indicação de um senador mais alinhado ao Planalto. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), porém, tem defendido a indicação de um presidente e relator de perfil “independente e equilibrado”.
“Irritadíssimo”
Ainda nesta segunda-feira (12), Jair Bolsonaro foi informado pela área jurídica do Planalto que o regimento interno do Senado impede a instalação de CPI para apurar Estados, o que inviabilizou a intenção do presidente de incluir governadores no escopo da comissão.
Nesse cenário, um influente auxiliar de Bolsonaro afirmou à CNN que o presidente da República estaria “irritadíssimo” com a “inevitável” instalação da CPI. Isso porque acredita que a comissão acabará servindo de palco para seus adversários políticos o atacarem.
Alguns ministros do governo, porém, tentam encampar a tese de que o governo federal poderá “sair maior” da CPI, porque não haveria irregularidades a serem descobertas, enquanto os Estados, mesmo não investigados diretamente, acabariam expostos.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.