Home Política Marco Aurélio dá 15 dias para Bolsonaro explicar frase sobre Forças Armadas

Marco Aurélio dá 15 dias para Bolsonaro explicar frase sobre Forças Armadas Presidente não tem que responder; Declaração foi feita em 21 de março; Bolsonaro: FAs são ‘pela liberdade’

14 de abril de 2021, 09h17 | Por Redação Blog do Lindenberg

by Redação Blog do Lindenberg

Por Poder360. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello deu 15 dias para que o presidente Jair Bolsonaro envie explicações sobre sua declaração em 21 de março de 2021 sobre o uso das Forças Armadas. Na ocasião, o presidente disse a apoiadores que estes poderiam contar com os militares “pela democracia e pela liberdade”, pouco depois de criticar governadores que impunham medidas de restrição para conter a propagação do coronavírus.

No despacho (íntegra – 166 KB), Marco Aurélio explica que a explicação não é obrigatória – “notifiquem o requerido [Bolsonaro] para, querendo, apresentar manifestação no prazo de 15 dias”, escreveu o ministro. O documento foi assinado na última 5ª feira (8.abr.2021).

A fala de Bolsonaro foi em 21 de março. Ele falava sobre as medidas de restrições impostas por governadores para tentar conter a pandemia nos Estados.

“Alguns tiranetes, ou tiranos, tolhem a liberdade de muitos de vocês. Pode ter certeza que nosso Exército é o verde oliva, e é vocês também. Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade. E contem com o povo também”.

O presidente conversava com apoiadores que tinham ido ao Palácio do Alvorada lhe dar parabéns pelos seus 66 anos. Bolsonaro ainda afirmou que os governadores estavam “esticando a corda“. E completou: “Faço qualquer coisa pelo meu povo. Esse qualquer coisa é o que está na nossa Constituição, nossa democracia e nosso direito de ir e vir.”

O pedido de explicações pelo STF foi uma resposta a uma ação do deputado Elias Vaz de Andrade (PSB-GO). O congressista pediu que Bolsonaro explicasse o motivo de estimular uma possível interferência das Forças Armadas.

A ação movida por Elias Vaz é uma interpelação judicial. Isso significa que, antes de iniciar uma ação penal, é preciso dar ao acusado o direito de explicar suas falas ou ações. Depois de passado o prazo, a ação pode ter continuidade.

Foto: Sérgio Lima/Poder360.

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