O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse em entrevista o jornal da Rádio CBN que convocar o ministro Paulo Guedes (Economia) para testemunhar no colegiado vai “politizar” a discussão.
Para o parlamentar, escolhido para presidir a CPI da Covid, Guedes “não é culpado” e não poderia ter feito nada a mais para contribuir no combate à pandemia, pois sempre atendeu pedidos feitos pelo Ministério da Saúde e outros órgãos.
Aziz reconhece que possui apenas um voto entre os 11 integrantes, mas vai atuar para que o debate não se misture com a questão do auxílio emergencial, alegando que o assunto “não tem nada a ver”. De acordo com Aziz, a CPI “vai buscar responsáveis, de forma muito equilibrada, pelo Brasil estar passando por isso”. Também disse que a questão do auxílio emergencial “não tem nenhuma relação” com o escopo das investigações.
Oposicionistas e independentes argumentam que o período sem o benefício pode ter contribuído para que as pessoas circulassem mais e aumentassem a propagação do novo coronavírus .
“O Guedes não é culpado nisso, não vejo o que ele poderia fazer. Não lembro do ministro Guedes, quando foi solicitado pelo Ministério da Saúde ou por alguém, ele ter dito que não tinha dinheiro. Não vejo razão. Se alguém me apresentar um fato concreto eu concordo, mas esse fato aí não tem nada a ver. Não tem nenhuma relação”, avaliou Aziz.
A CPI da Covid deve se reunir esta semana para eleger presidente, vice e designar relator, mas, antes disso, já vive um clima de confronto.
O jornal O Globo mostrou na Coluna de Lauro Jardim, que convocação de Paulo Guedes como depoente transformou-se em motivo de divergência entre o futuro presidente, Omar Aziz, e integrantes do colegiado.
Sobre a instalação
Instalação que estava prevista para está quinta-feira (22), tudo indica que deve ficar para semana que vem. A decisão seria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Parlamentares tentam reverter situação.
Na entrevista ao Jornal, ontem, Aziz afirmou que não tem por que Guedes ser convocado e que a questão do auxílio emergencial deve ficar para outra comissão.
“É outra comissão que tem que tratar disso. A nossa comissão trata sobre a razão do Brasil ter 26% das mortes do mundo por Covid-19. O que nós não fizemos, o que acontece, por que a gente não comprou vacina, por que a gente não entrou nos consórcios, por que o Brasil não fez uma barreira sanitária. A questão do auxílio emergencial não é a CPI que vai tratar”, declarou Aziz.
Alguns integrantes da CPI enxergam nessa atitude uma possível manobra para blindar o Planalto e vão tentar pautar a convocação do ministro da Economia como um dos primeiros atos na investigação.
Com Agência
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado