As homenagens ao Dia de Tiradentes, em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais, iniciou na terça-feira (20), com a iluminação em verde do Museu da Inconfidência e do monumento a Tiradentes, em referência aos profissionais de saúde de todo o estado que estão na linha de frente no combate à COVID-19. Só na área da enfermagem 42 profissionais morreram pela doença na cidade.
A homenagem do 21 de Abril, quando Ouro Preto simbolicamente se torna a capital de Minas, vai seguir as mesmas restrições do ano anterior, devido às medidas de prevenção à COVID-19.
O ato simbólico na Praça Tiradentes terá início às 7h e será sem a presença de autoridades e de público, sendo conduzida por militares do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Militar de Minas Gerais.
A cerimônia simples em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, mártir que lutou e disseminou o ideal de tornar o Brasil independente, contará com colocação de uma coroa de flores no monumento a Tiradentes, toque de silêncio executado por corneteiro da Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros Militar, além da chegada do fogo simbólico e o acendimento da Pira da Liberdade, na Praça Tiradentes.
Maior honraria
A tradicional solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência – a maior honraria concedida pelo governo do estados em homenagem a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento de Minas Gerais e do Brasil – também não vai acontecer, assim como em 2020.
Criada em 1952 pelo governador Juscelino Kubitscheck, a Medalha da Inconfidência possui quatro designações: Grande Colar, Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência.
Em 2019, o governador Romeu Zema (Novo), homenageou com o Grande Colar o presidente Jair Bolsonaro, que não compareceu, pois tinha compromissos familiares. O governador do Rio de Janeiro, afastado em agosto de 2020, Wilson José Witzel (PSC), também foi indicado à Grande Medalha e não compareceu à cerimônia.
Em 2018, o ex-governador Fernando Pimentel (PT) fez a homenagem à Marielle Franco ao motorista Anderson Gomes e ao argentino prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.
Ciclo de palestras
O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) lembra, até dia 27, os 232 anos do importante episódio brasileiro com a realização do V Ciclo de Palestras Inconfidência Mineira: Interesses Crescentes, Abordagens Diversas. O evento, realizado de modo virtual, abre discussões sobre temas relacionados ao movimento.
Em 23 de abril, estará em pauta a presença de religiosos no movimento, na palestra As negras batinas da Conjura de Minas. A associada do IHGMG Maria de Lourdes Costa Dias Reis vai abordar aspectos políticos, literários e jurídicos de clérigos que pertenciam à elite intelectual e financeira da Capitania de Minas Gerais e que tiveram participação ativa no movimento.
Após o processo de julgamento, os padres foram condenados, mas receberam penas diferentes dos demais conjurados.
Encerrando o V Ciclo de Palestras, o IHGMG divulga em 27 de abril, como parte do programa Arquivos do IHGMG, a palestra Da África para o Brasil: repatriação dos ossos dos Inconfidentes Mineiros, com a pesquisadora Carmem Silvia Lemos, coordenadora do Setor de Pesquisa, Museu da Inconfidência.
A palestra, realizada em abril de 2018, relembrou o processo de repatriação das ossadas dos inconfidentes mineiros que morreram no degredo, no continente africano.
O V Ciclo de Palestras Inconfidência Mineira: Interesses Crescentes, Abordagens Diversas é desenvolvido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais desde 2016.
Serviço
V Ciclo de Palestras Inconfidência Mineira: Interesses Crescentes, Abordagens Diversas, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais
Até 27 de abril, no canal IHGMG Virtual
Por Estado de Minas
Foto: Monique Renne (arquivo)