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Justiça proíbe governo Bolsonaro de promover ‘tratamento precoce’ contra a covid-19 Decisão foi tomada depois que Secretaria Especial de Comunicação contratou influenciadores para ações de marketing na pandemia.

1 de maio de 2021, 07h58 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

A Justiça Federal em São Paulo proibiu a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do governo federal de promover campanhas publicitárias defendendo ‘tratamento precoce’ contra o coronavírus ou remédios sem eficácia comprovada para tratar a doença.

A decisão é da juíza Ana Lucia Petri Betto, da 6.ª Vara Cível Federal de São Paulo, e também determina a retratação pública de quatro influenciadores contratados pelo governo Jair Bolsonaro para defender o ‘atendimento precoce’ nas redes sociais.

O processo, movido por Luna Zarattini Brandão, que foi candidata a vereadora em São Paulo pelo PT, foi aberto justamente esteira da ação de marketing.

“Levando em consideração o contexto em que veiculada a campanha, além da indiscutível similaridade entre as expressões “tratamento precoce” e “atendimento precoce”, é forçoso concluir que, no mínimo, a ação publicitária com os influenciadores digitais tem o potencial de induzir em erro os destinatários da mensagem”, escreveu a magistrada.

No processo, o governo afirmou que a campanha em questão foi pensada para estimular as pessoas a buscarem atendimento médico tão logo desenvolvam os primeiros sintomas da covid-19. Mas, na avaliação da juíza, a publicidade não foi clara.

“Mesmo que o intuito da campanha com os influenciadores não tenha sido a propagação do referido tratamento, como argumenta a União, a comunicação deve ser pautada pelas diretrizes da clareza e da transparência, a fim de transmitir, adequadamente, a mensagem aos destinatários, sobretudo no cenário devastador de agravamento da pandemia da Covid-19 e de disseminação das chamadas fake news”, observou.

A contratação dos influenciadores João Zoli, Jéssika Taynara e Pam Puertas e da ex-BBB Flávia Viana, em troca de cachês que somaram R$ 23 mil, foi revelada pela Agência Pública.

Como mostrou a reportagem, eles foram instruídos a seguir o seguinte roteiro nas postagens: “Hoje quero falar de um assunto importante, quero reforçar algumas formas de se prevenir do coronavírus.

Vamos nos informar e buscar orientações em fontes confiáveis. Não vamos dar espaços para fake news. Com saúde não se brinca. Fiquem atentos!

E se identificar algum sintoma como dor de cabeça, febre, tosse, cansaço, perda de olfato ou paladar, #NãoEspere, procure um médico e solicite um atendimento precoce”.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Foto: Divulgação

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