Integrantes da CPI da Covid ouvirá nesta quarta-feira (19), na condição de testemunha, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
O depoimento é um dos mais aguardados pelos membros da comissão parlamentar, já que Pazuello foi o ministro da Saúde que ficou mais tempo no cargo durante a pandemia da Covid-19, tendo sua gestão marcada por uma série de polêmicas.
Pazuelo irá falar no oitavo dia de depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia de Covid e eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios.
Entre outros pontos, os senadores deve questionar Pazuello sobre:
- colapso no sistema de saúde de Manaus (AM);
- atrasos e omissões do governo na compra de vacinas e insumos;
- orientações do Ministério da Saúde para produção, compra e uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19, como a cloroquina.
O depoimento do ex-ministro da Saúde havia sido marcado para 5 de maio. Um dia antes, no entanto, o ex-ministro informou ter tido contato com pessoas que contraíram Covid-19 e que, por isso, deveria permanecer em quarentena. A CPI, então, adiou o depoimento para hoje (19).
Na condição de testemunha, o depoente se compromete a dizer a verdade, sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho.
Eduardo Pazuello obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar silêncio na CPI sempre que entender que as perguntas possam levá-lo à autoincriminação
Omar Aziz
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), telefonou na terça-feira (18) para o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello é general do Exército e atua na Secretaria-Geral da instituição. Informações da TV Globo diz que no telefonema de ontem, Aziz disse a Oliveira que “não será o Exército que estará lá” prestando depoimento, mas, sim, o ex-ministro.
Aziz, então, ouviu do comandante do Exército que Pazuello não irá de farda, como chegou a se especular entre os senadores.
Os parlamentares do chamado G7, grupo de independentes e oposicionistas, definiram que, para evitar o silêncio de Pazuello, a estratégia será fazer questionamentos respeitosos e evitar focar no inquérito sobre a crise em Manaus.
Os senadores querem respostas do ministro sobre vacinação e tratamento precoce. E vão confrontá-lo com responsabilidades atribuídas a ele por outros depoentes, como o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araujo.
Até o momento, a CPI ouviu os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich; o atual ministro, Marcelo Queiroga; o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres; Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo; Carlos Murillo, representante da Pfizer; e Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores
Com G1
Foto: Anderson Riedel / PR