O ex-ministro Eduardo Pazuello poderá ser submetido a acareações com seus antecessores porque o comando da CPI da pandemia acha que ele “faltou com a verdade”, um eufemismo para dizer que ele mentiu.
Houve bate-boca durante o depoimento do general Pazuello, que compareceu à CPI com uma gravata verde-amarela, o senador Flávio Bolsonaro mais uma vez tentou tumultuar a sessão num desentendimento com o senador pernambucano Humberto Costa e ao final o parrudo Pazuello sentiu-se mal, com uma sincope, tendo sido acudido pelo senador Otto Alencar, que é médico. Em suma, Pazuello, que era uma preocupação do governo por ter estopim curto, até que não foi mal, mas era evidente que não estava falando a verdade, como se espera de um general. Ele voltará a depor amanhã, às dez horas, devendo a capitã Cloroquina ter a sua oitiva marcada para a próxima terça-feira. Ao final da reunião, o senador Renan Calheiros, relator da CPI, disse que vai sugerir a instalação de um dispositivo qualquer que possa detectar quando o general Pazuello estiver mentindo – algo como se fosse um detector de mentiras, só que não seria exatamente isso. Mas se o general de fato mentiu, é preciso dizer também que ele não deixou de responder a nenhuma pergunta, mesmo com um habeas corpus preventivo do STF.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
