Há um ditado popular, muito utilizado na política em tempos idos, segundo o qual macaco que muito pula acaba levando chumbo. Pois é o que acabou acontecendo com a Cemig, que pode ganhar agora uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar possíveis desmandos supostamente praticados pela atual diretoria da empresa.
Quem requer a CPI é o professor Cleiton ( do PSB) que quer saber, subsidiado pela assinatura de outros 29 deputados, entre os quais um dos vice-presidentes da Assembleia Legislativa, Alencar Silveira Júnior, de tal sorte que, se atendida pelo presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus, a Comissão terá 120 dias para saber o que se passa no interior de uma das maiores companhias energéticas do país, que vem sendo, ao que se diz, sucateada por uma diretoria quase toda contratada em São Paulo e que até já teria transferido para a capital paulista boa parte de sua cúpula dirigente.
O deputado Cleiton alinha entre possíveis irregularidades a venda da Light, uma subsidiária da Cemig, a venda da Taesa, da Renova, além de possíveis conflitos de interesse no interior da outrora opulenta Companhia de Energia Elétrica de Minas Gerais, como contratações diretas realizadas desde janeiro de 2019, sem a prévia realização de licitação e de serviços de consultoria e assessoramento técnico, além da venda de ativos de ações da Cemig, além de uma relação portentosa de possíveis ilegalidades cometidas pela atual diretoria, o que só poderá ser comprovado com a instalação de uma CPI, a primeira, diga-se, no atual governo.
O deputado acredita que só com a criação de uma CPI se poderá chegar a alguma conclusão, porque na verdade o que ele tem até agora são suposições e suspeitas de que alguma coisa muito grave está ocorrendo na Cemig, por sinal uma das empresas que o atual governo tinha colocado à venda ao capital privado, deixando no entanto, ao que parece, de fazê-lo em favor da venda da Codemig, uma empresa arrendada à CBMM, por sinal de Araxá, terra do governador Romeu Zema, em que o Estado não coloca um só tostão, mas de lá tira uma parte considerável de recursos que têm ajudado a suprir as necessidades de caixa do Estado. Empresa que até pouco tempo era modelo de gestão é de imaginar que a CPI não encontre as suspeitas do deputado Clayton, a despeito de o Ministério Público também estar investigando a companhia.
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Foto: Guilherme Dardanham/ALMG