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Bolsonaro admite que não há caixa-preta do BNDES: “Eu pensava que era” Banco chegou a gastar R$ 48 milhões em auditoria para achar a tal "caixa-preta", mas não encontrou indícios de irregularidades

17 de junho de 2021, 16h02 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

A promessa de abrir o que seria uma “caixa-preta” no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de revelar supostos esquemas dos governos petistas para escoar dinheiro público para países e organizações ligadas ao “Foro de São Paulo“, foi um dos motores da campanha de Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência. Em 2019, o banco estatal chegou a gastar R$ 48 milhões na auditoria dos contratos de empréstimos a empresas e governos estrangeiros, mas não encontrou indícios de irregularidades.

Nesta quinta-feira (17/6), em conversa com apoiadores no cercadinho montado no Palácio da Alvorada, Bolsonaro admitiu estar convencido de que não existe nenhuma caixa-preta na estatal.

“Não foi caixa-preta, na verdade. Está aberto. Eu também pensava que era caixa-preta, mas está disponível, no site do BNDES, todos os empréstimos feitos para outros países”, disse ele, sem deixar, porém, de criticar os adversários petistas.

“Alguns me criticam que eu estou concluindo obras do PT. É verdade, alguma obras são começadas pelo PT, sim. Agora, o PT não deixou obra inconclusa fora do Brasil. Vamos parabenizar o PT”, ironizou. “Foi quase meio trilhão de reais. Vocês [população] pagando”, completou o presidente. A fala foi registrada pelo site bolsonarista Foco do Brasil.

Auditoria milionária

O BNDES gastou R$ 48 milhões com uma auditoria interna que prometia abrir a caixa-preta da estatal. Após um ano e 10 meses de investigação, o banco divulgou, no fim de dezembro de 2019, um relatório de oito páginas que não apontou nenhuma evidência direta de corrupção em oito operações com a JBS, o grupo Bertin e a Eldorado Brasil Celulose, realizadas entre 2005 e 2018.

A equipe de investigação concluiu que as decisões do banco “parecem ter sido tomadas depois de considerados diversos fatores negociais e de sopesados os riscos e potenciais benefícios para o banco”.

“Os documentos da época e as entrevistas realizadas não indicaram que as operações tenham sido motivadas por influência indevida sobre o banco, nem por corrupção ou pressão para conceder tratamento preferencial à JBS, à Bertin e à Eldorado”, diz trecho do relatório.

Em junho de 2019, após a demissão de Joaquim Levy — ex-ministro de Dilma Rousseff (PT) — da presidência do BNDES, o chefe do Executivo federal insistiu na apuração do destino dos recursos da instituição. Com a indicação do então secretário do Ministério da Economia Gustavo Montezano, a expectativa era de que o banco acelerasse a apuração.

Na época, o então porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, disse que Bolsonaro queria “abrir a caixa-preta do passado, apontando para onde foram investidos recursos em Cuba e na Venezuela, por exemplo”.

Foto: Reprodução/Foco do Brasil/YouTube

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