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Covaxin: empresário cita “conversas” com equipe econômica sobre linha de crédito Os supostos diálogos entre a Precisa Medicamentos e o ministério foram relatados pelo dono da empresa a diplomatas em viagem à Índia

23 de junho de 2021, 16h21 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

Alvo da CPI da Covid do Senado, a Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a compra da vacina indiana Covaxin pelo governo brasileiro, teria tido contato com outras pastas do Executivo federal para falar sobre os imunizantes contra o novo coronavírus, além do Ministério da Saúde.

Em conversa com diplomatas brasileiros na Índia, o presidente da empresa, Francisco Maximiano, citou ter mantido “conversas” com integrantes do Ministério da Economia sobre uma possível abertura de “linhas de crédito” para que clínicas privadas brasileiras pudessem comprar vacinas.

A citação foi feita pelo empresário em conversa com os diplomatas durante uma visita à Índia, no início de janeiro de 2021. O intuito da visita teria sido tratar com o laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a Covaxin, sobre a importação de doses para o Brasil.

A conversa foi relatada pelos diplomatas brasileiros por meio de um telegrama enviado ao Itamaraty. O documento, ao qual a coluna teve acesso, foi enviado pelo Ministério das Relações Exteriores ao Ministério da Saúde e à CPI da Covid do Senado, que investiga o contrato.

“Maximiano salientou que uma parte das vacinas será adquirida por clínicas privadas, que atendem a convênios e, em sua opinião, acabam por desonerar o sistema público de saúde. Aludiu a conversas com o Ministério da Economia sobre a eventual abertura de linhas de crédito para que clínicas privadas pudessem adquirir vacinas contra a Covid-19”, escreveu a Embaixada do Brasil no telegrama.

Veja o documento:

Essa “parte” a qual o empresário se refere equivale a 5 milhões das 37 milhões de doses que a Precisa Medicamentos contratou da Bharat Biotech para importar para o Brasil. As outras 32 milhões foram disponibilizadas ao Ministério da Saúde, que assinou contrato com a Precisa em fevereiro de 2021.

Procurado, o Ministério da Economia disse à coluna “desconhecer o assunto”. A Precisa Medicamentos, por sua vez, ainda não respondeu. O espaço segue aberto.

Foto: Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles

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