Por Metrópoles
O general Eduardo Pazuello pediu a demissão do então diretor de Logística, Roberto Ferreira Dias, em 28 de outubro, quando o militar ainda era ministro da Saúde. As informações são da Rádio CBN. Dias deixou a pasta nesta quarta-feira (30/6), após uma denúncia de que ele cobrou propina para a compra de vacinas contra a Covid-19.
O despacho pedindo a exoneração do servidor foi enviado à Casa Civil no ano passado, mas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a demissão, por pressão política.
A decisão de retirar Dias do cargo foi tomada após pedido do então secretário-executivo Elcio Franco. A exoneração, no entanto, não foi publicada em Diário Oficial da União (DOU).
De acordo com a reportagem, Bolsonaro resolveu manter Dias no cargo após ter sido influenciado pelo presidente do Senado na época, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O pedido de demissão foi feito em cima de suspeitas de irregularidades em contrato, assinado por Roberto Dias, para a compra de 10 milhões de testes para detecção da Covid-19.
O Metrópoles tenta contato com o senador Davi Alcolumbre. O espaço está aberto a manifestações.
Pedido de propina
Roberto Ferreira Dias foi citado pelo representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Dominguetti Pereira afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose, em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.
A proposta teria partido de Dias, durante um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, localizado na região central de Brasília, em 25 de fevereiro.
Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). A nomeação do servidor ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Após as denúncias, Dias foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (30/6).
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil