Home CPI Cristiano Carvalho, da Davati, diz que Dominghetti lhe avisou sobre pedido de ‘comissionamento’ na venda de vacinas

Cristiano Carvalho, da Davati, diz que Dominghetti lhe avisou sobre pedido de ‘comissionamento’ na venda de vacinas Ele afirmou que o policial militar não usou a palavra 'propina'. Segundo Cristiano, o pedido de 'comissionamento' partiu do "grupo do tenente-coronel Blanco'.

15 de julho de 2021, 15h48 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O representante da empresa Davati no Brasil Cristiano Carvalho afirmou à CPI da Covid nesta quinta-feira (15) que o policial militar Luiz Paulo Dominghetti lhe informou sobre um pedido de “comissionamento” na negociação de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Disse ainda que, segundo Dominghetti, o pedido partiu do “grupo do tenente-coronel Blanco”.

O nome de Cristiano foi primeiramente citado na CPI há duas semanas, pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti. O policial relata que ofereceu 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca ao governo federal em nome da empresa Davati.

Segundo Dominghetti, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias lhe pediu US$ 1 de propina por dose. Dias nega.

“A informação que veio a mim, vale ressaltar isso, não foi o nome propina, tá? Ele usou comissionamento. Ele se referiu a esse comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon”, afirmou Cristiano.

O nome do coronel Blanco já havia aparecido na CPI. Segundo os relatos, ele levou Dominghetti ao encontro em que Dias teria pedido a propina. Dominghetti e Dias disseram que o coronel estava com o PM nessa ocasião.

Apesar de relatar o “comissionamento”, Cristiano disse que o valor de US$ 1 dólar não foi mencionado a ele.

“Só para reforçar, o valor de US$ 1 nunca me foi mencionado. Porque também é uma coisa tão absurda que ele nunca chegou a me dizer isso. Só falou que havia sido pedido um comissionamento”, relatou.

Dois grupos no ministério

Cristiano afirmou também que havia dois grupos atuando dentro do Ministério da Saúde: o do ex-secretário-executivo Élcio Franco e o de Roberto Dias, do qual fazia parte o coronel Blanco.

“Havia dois caminhos dentro do ministério, um era via Élcio Franco e um era via Roberto Dias. E um não sabia do outro”, afirmou.

Cristiano explicou ainda que, na visão dele, o grupo de Élcio Franco não sabia do que era tratado pelo grupo de Dias/Blanco. E que, por isso, a Davati, para driblar o “comissionamento”, procurou Franco.

“O caminho que ele tentou via Roberto Dias aparentemente não prosseguiu por conta de algum pedido que havia sido feito e que chegou a mim como do ‘grupo do Blanco’. Paralelamente, foram falar diretamente com o secretário Élcio Franco no intuito de driblar essa resistência por parte do comissionamento. O que senti do Élcio Franco foi que não tinha conhecimento algum do que o Roberto Dias estava tratando”, completou.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

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