O Brasil amanheceu nesta quinta-feira com uma notícia, publicada no Estado de São Paulo, aterradora. Diz o jornal que o ministro da Defesa, general Braga Neto, mineiro aqui de Belo Horizonte, teria mandado um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira, de que se não houver voto impresso não haverá eleição em 2022.
Arthur Lira ficou em significativo silêncio, Braga Neto desmentiu, o presidente do TSE, Roberto Barroso, também tergiversou sobre a matéria Estadão, dizendo que nós temos uma Constituição, mas a palavra mais pesada que se ouviu foi do general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, que disse mais ou menos o seguinte: que bobagem, vamos ter eleição sim.
O presidente Bolsonaro, no entanto, insiste na ideia de que sem voto impresso a eleição não vai valer e chama os seguidores dele, cada vez em menor número, para que contestem o resultado eleitoral. O que o presidente não explica, talvez porque até imagine que vai perder a eleição, o que é uma bobagem porque ninguém se elege de véspera, é porque ele não contestou a sua eleição para a Câmara dos Deputados, onde ficou 28 anos, e não contesta a eleição também pelo voto eletrônico dos seus três filhos – um vereador no Rio, um deputado federal eleito por São Paulo e um senador eleito no Rio de Janeiro. A dúvida é se de fato Braga Neto mandou o recado para Arthur Lira ou quem teria mais proximidade com a tropa – lê-se comando – se Bolsonaro ou Hamilton Mourão. Porque, infelizmente, ao que tudo indica não é a Constituição que nos preside, mas Bolsonaro, a quem um dia o fututo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, chamou de “fascista”.
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