Por Estado de Minas
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus (PV), fez críticas indiretas ao governador Romeu Zema (Novo) nesta terça-feira (17/8). O chefe do poder Executivo mineiro não assinou nota conjunta de governadores em apoio aos ministros Supremo Tribunal Federal (STF).
Sem mencionar o nome de Zema, o deputado estadual disse que quem opta por não se posicionar em defesa da independência dos Poderes e da democracia “escolhe o lado contrário”. Ele utilizou o termo “omissão”.
“Quem não se posiciona a favor da democracia e da independência entre Poderes, escolhe o lado contrário. A sociedade mineira assumiu, em toda a sua história, a defesa da liberdade e da soberania popular. E essa soberania apenas se dá quando há respeito entre as competências”, escreveu Patrus.
O presidente do Legislativo ressaltou a importância de demonstrar apoio às instituições que dão forma ao regime democrático. “Prezar pelo diálogo é dever de quem foi eleito democraticamente. Omissão definitivamente não é uma forma de representatividade. Na ALMG, todas as instituições democráticas têm garantia de apoio e acolhimento. Essa é condição fundamental para a estabilidade, harmonia e paz social”, completou.
Quem não se posiciona a favor da democracia e da independência entre Poderes, escolhe o lado contrário. A sociedade mineira assumiu, em toda a sua história, a defesa da liberdade e da soberania popular. E essa soberania apenas se dá quando há respeito entre as competências.
— Agostinho Patrus (@agostinhopatrus) August 17, 2021
Treze governadores e o chefe do Executivo do Distrito Federal subscreveram documento enviado ontem à Suprema Corte. O manifesto exalta o papel do STF e clama por serenidade ao país. O documento, no entanto, não cita nominalmente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que fez diversos ataques aos ministros da Corte nas últimas semanas, sobretudo a Luis Roberto Barroso, que também ocupa a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a Alexandre de Moraes.
‘Intrigas palacianas’
Ontem, Zema justificou a ausência de seu nome no documento pelo fato de não estar preocupado com o que chamou de “intrigas palacianas”.
“Fui eleito para governar Minas e não para ficar avaliando presidentes e STF. Estou à frente do estado para trazer emprego para o mineiro. Quem está nos assistindo está preocupado se vai conseguir emprego para ele, para o filho e o irmão, e não o que o STF e o presidente estão fazendo lá de tramas nos palácios do poder. Estou preocupado em trazer vacina. As intrigas palacianas não me interessam. Não entro em intrigas palacianas”, afirmou o governador, em entrevista à TV “Band Minas”.
Não é a primeira vez que Zema deixa de assinar carta endossada por outros chefes de Executivo. Em março, por exemplo, 14 autoridades construíram documento pedindo que a gestão de Jair Bolsonaro conseguisse mais vacinas antiCOVID-19. O papel não teve a subscrição do governador mineiro.
“O Estado Democrático de Direito só existe com Judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis. No âmbito dos nossos estados, tudo faremos para ajudar a preservar a dignidade e a integridade do Poder Judiciário”, lê-se em parte do mais recente comunicado dos governadores.
Foto: Jair Amaral/EM/D.A Press – 25/2/2021