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MP denuncia vereador suspeito de matar prefeito de Naque por crime premeditado

2 de agosto de 2019, 20h29 | Por Carlos Lindenberg com Letícia Horsth

by Carlos Lindenberg com Letícia Horsth

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que apura a morte do prefeito de Naque, Hélio Pinto de Carvalho. O vereador Marcos Alves de Lima (PDSC), da mesma cidade localizada na região Leste de Minas, acusado de assassinar a tiros o prefeito do município, teria premeditado o crime.

De acordo com a Polícia, o homicídio aconteceu por conta de uma disputa por divisas de terreno do parlamentar. O suspeito foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, premeditação e por impossibilitar a defesa da vítima.

Conforme apurado pela PCMG, na cidade existia um loteamento formal e regularizado pela prefeitura e um loteamento informal e irregular de propriedade do vereador Marcos Alves. Como o loteamento de Marcos não tinha acesso à via pública, por estar no fundo de um imóvel da prefeitura, ele pretendia fazer uma saída para sua propriedade usando parte do loteamento regular.

“Além disso, por ser um vereador de oposição, esse clima de animosidade do vereador com o prefeito também se exacerbou”, pontuou João Luiz Martins Barbosa, delegado responsável pela investigação.

A conclusão da investigação sobre a premeditação do crime foi feita com base no relato de três testemunhas oculares, que viram quando o parlamentar chegou a cavalo e esbarrou, propositalmente no prefeito. Em seguida, Marcos teria desmontado e a discussão se acirrou. “Surpreendentemente, em dado momento, o suspeito dá as costas para a vítima e grita: ‘Bate, Hélio! Pode bater para eu te matar’, o que confirmou a premeditação do crime”, explicou o delegado João Luiz Martins.

Ainda afrontando a vítima, o suspeito retirou a arma de fogo de uma pochete, no momento em que uma testemunha tenta alertar o prefeito, que tentou correr, mas acabou baleado pelas costas após se afastar cerca de oito metros. Após Hélio cair, o político ainda foi até ele e efetuou outros dois disparos. Para a polícia, isso descaracterizou a versão do atirador, de que teria agido em legítima defesa.

No dia 16 de julho, Marcos Alves foi preso em Vitória (ES), para onde tinha fugido depois do crime. Anteriormente, ele havia sido preso em flagrante em Governador Valadares (MG), mas foi liberado em audiência de custódia. Ele chegou a pintar o cabelo e realizou sessões de bronzeamento artificial para tentar enganar a Polícia.

Após a conclusão do inquérito, o vereador Marcos Alves foi indiciado à Justiça pelo Ministério Público de Minas Gerais, nessa quinta-feira (1º). Ainda de acordo com a denúncia do MPMG, após atirar no prefeito, o vereador correu na direção de uma testemunha com a arma empunhada e carregada, ameaçando realizar novos disparos contra ela caso ela ajudasse a socorrer a vítima.

Ainda segundo o Ministério Público, o vereador está preso preventivamente, no Presídio de Açucena, após tentativa de fuga para o Estado do Espírito Santo.

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