Por Estado de Minas
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar sobre a importância do próximo feriado de 7 de setembro. Ele discursou em Uberlândia, durante entrega de Estação de Tratamento de Água Capim Branco da cidade. Bolsonaro atacou governos anteriores, principalmente os do PT, e a imprensa.
Acompanhado a todo o tempo por apoiadores, entre adultos e crianças, que se aglomeraram em um cercadinho ao lado do palco da cerimônia de inauguração, sob o sol, o presidente foi aplaudido quando lembrou do próximo Dia da Independência. São esperadas manifestações pró-governo na data e elas têm sido estimuladas direta ou indiretamente por Bolsonaro.
“Nunca uma outra oportunidade para o povo brasileiro foi tão importante ou será quanto esse nosso próximo 7 de setembro”, disse no primeiros minutos da fala no Triângulo Mineiro.
Entre a fala sobre recursos hídricos e sobre riquezas do solo, o presidente também tangenciou outra preocupação para o próximo feriado nacional, que é uma possível ruptura institucional. Ele disse que não tomaria atitudes inconstitucionais. “Muitos querem que eu tome certas medidas. Eu acredito que nós vamos mudar o destino do Brasil e tenho certeza, dentro das quatro linhas da Constituição. Não será levantada uma espada. Hoje, pela complexidade e pelo que está em jogo na nossa nação, será um pouco diferente”, afirmou o presidente.
Informação
Bolsonaro voltou a dizer que é atacado pela imprensa, ao mesmo tempo em que atacou veículos de informação. Segundo ele, há interesses para desgastar o governo e disse que um dos primeiros passos para se informar seria ignorar a imprensa. “Primeiro passo é não ler jornais nem revistas. Quem não lê, não tem informação, e quem lê está desinformado.”
Governos anteriores
Citando o ex-presidente Lula como “nove dedos” e também criticando os governos do Partido dos Trabalhadores, Jair Bolsonaro citou as refinarias de Pasadena, nos Estados Unidos, e na Bolívia. “Obras do PT foram concluídas (fora do Brasil) e não foram pagas ao BNDES”.
No segundo caso, segundo o presidente disse que a planta não teria sido paga ao governo brasileiro, quando, na verdade, a Bolívia pagou uma indenização de US$ 112 milhões à Petrobras pela transferência de duas refinarias para a YPFB.
Outro detalhe é que a obra inaugurada hoje em Uberlândia, ainda que tenha sido executada majoritariamente no mandato de Odelmo Leão (PP), a Estação e Tratamento de Água de Capim Branco foi financiada pela Caixa ainda no governo Dilma Rousseff (PT). O contrato assinado em 2013, no valor de R$ 330 milhões, foi negociado por um prefeito do mesmo partido da presidente à época, Gilmar Machado (PT).
Foto: Vinicius Lemos/Especial para o EM