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Bovespa despenca quase 4% com declarações golpistas de Bolsonaro Nesta quarta-feira, o principal índice da bolsa teve queda de 3,78%, a 113.413 pontos. É a maior queda diária desde o dia 8 de março, quando o STF anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

8 de setembro de 2021, 17h34 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, despencou nesta quarta-feira (8), com os operadores elevando a cautela após a repercussão de atos golpistas de 7 de setembro e novos ataques do presidente Jair Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Ibovespa teve queda de 3,78%, a 113.413 pontos. É a maior queda diária desde o dia 8 de março, quando o STF anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Veja mais cotações.

O dólar teve forte alta, com valorização de 2,93% e cotada a R$ 5,3276.

Na segunda-feira, a bolsa fechou em alta de 0,80%, a 117.868 pontos. Com o resultado, o Ibovespa passou a acumular recuo de 0,77% no mês e perda de 0,97% no ano.

Cenário
Os mercados avaliam nesta quarta os desdobramentos políticos de 7 de setembro. Protestos contra e a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro marcaram o feriado da Independência no Brasil.

Os atos aconteceram em meio a embates de Bolsonaro com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O contexto é de queda na popularidade e nas avaliações sobre a administração Bolsonaro – e de uma acentuada crise econômica.

Durante os atos, o presidente fez ameaças golpistas, ao atacar o sistema eleitoral brasileiro, integrantes do STF e governadores e prefeitos que tomaram medidas de combate ao coronavírus. Bolsonaro dirigiu os principais ataques a Moraes – e afirmou que não irá cumprir decisões dele.

As ameaças de Bolsonaro foram repudiadas por governadores e parlamentares, com aumento de apoio a um possível impeachment do presidente.

Em pronunciamento nesta quarta-feira (8) para comentar as manifestações antidemocráticas desta terça, o presidente da Câmara, Arthur Lira, defendeu a “pacificação” entre os poderes e disse que o país tem compromisso “inadiável” com as urnas eletrônicas em 3 de outubro de 2022, ao se referir às eleições do ano que vem.

O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi mais duro e afirmou que “ninguém fechará” a Corte e que o desprezo a decisões judiciais por parte de chefe de qualquer poder configura crime de responsabilidade.

“Este Supremo Tribunal Federal jamais aceitará ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de suas funções. Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança”, afirmou o ministro.

Fux também declarou que “ofender a honra dos Ministros, incitar a população a propagar discursos de ódio contra a instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas e ilícitas, que não podemos tolerar em respeito ao juramento constitucional que fizemos ao assumir uma cadeira na Corte”.

“Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, disse Fux.

Segundo ele, o Supremo “não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões”.

Variação do Ibovespa em 2021 — Foto: G1 Economia

Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

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