Por Metrópoles
Na manhã desta sexta-feira (10/9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, em conversa com apoiadores, que as manifestações no 7 de Setembro, em apoio ao governo e com pautas antidemocráticas, foram “excepcionais”. Em Brasília, manifestantes acamparam desde segunda-feira (6/9) na Esplanada dos Ministérios.
Ao se justificar para apoiadores que o esperavam na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o julgam antes de ler a “nota à nação”, publicada nessa quinta-feira (9/9), com o intuito de cessar o imbróglio entre Executivo e Judiciário, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, a quem o chefe do Executivo dirigiu diversas acusações e ameaças nas últimas semanas.
“Foi excepcional o trabalho de vocês. O retrato está no mundo todo, aqui também em Brasília, todo mundo viu o que tá acontecendo. Alguns querem imediatismo. Você namorar e casar em uma semana, vai dar errado teu casamento”, sugeriu o mandatário. O momento foi gravado e divulgado por um canal simpatizante ao governo.
Bolsonaro atribuiu à carta o fato de o dólar ter caído e a Bolsa brasileira, aumentado. No diálogo, ele ainda recomenda aos simpatizantes que leiam a nota. “O que acontece, cada um fala o que quiser, não lê a nota e reclama. Leia a nota. Texto bem curtinho, duas, três vezes, são 10 pequenos itens. Entenda. A gente vai acertando. O acúmulo de lixo e de problema tem 30, 40 anos. Tá ganhando. Se o dólar dispara, influencia o combustível, gás de cozinha”, disse.
A carta foi publicada após encontro de Bolsonaro com o ex-presidente Michel Temer (MDB). Em “Declaração à nação”, o chefe do Executivo disse que às vezes fala “no calor do momento” e que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. O texto desagradou apoiadores e caminhoneiros que estavam acampados na área central de Brasília.
Na nota, o chefe do Executivo federal defende a harmonia entre os Três Poderes e atribui divergências a “conflitos de entendimento” acerca de decisões tomadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do Inquérito das Fake News, que tem atingido bolsonaristas e o próprio presidente.
“Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, diz o texto assinado por Bolsonaro.
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