Home Minas Gerais Volume útil da Represa de Furnas é o menor de 2021 e o pior para um mês de setembro desde o ‘apagão’, há 20 anos

Volume útil da Represa de Furnas é o menor de 2021 e o pior para um mês de setembro desde o ‘apagão’, há 20 anos Segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), no dia 25 de setembro de 2021, o volume útil da represa era de 14,48%.

27 de setembro de 2021, 14h39 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O volume atual da Represa de Furnas está abaixo de 15%. Além de ser o menor volume útil registrado até o momento neste ano, este é o menor índice registrado para um mês de setembro nos últimos 20 anos.

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), no dia 25 de setembro de 2021, o volume útil da represa era de 14,48%. Ainda de acordo com os dados da ONS, montante atual do reservatório é de 754,1 metros, ou seja, está abaixo da cota mínima de 762 metros.

Esse volume só não é menor do que o que foi registrado em setembro de 2001, quando o Brasil passou por um racionamento de energia. Naquele ano, durante o mês de setembro, o volume útil da represa chegou a 12,98%. O menor índice daquele ano.

Fonte: ONS, Operador Nacional do Sistema Elétrico

Em agosto deste ano, o volume era de 18,31%, o menor volume útil para um mês de agosto nos últimos 20 anos.

Segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), o nível da represa Mascarenhas de Moraes também está baixo. O volume útil da represa é de 14,79%. Segundo a ONS, o montante atual do reservatório é de 58,9 metros. A cota mínima é de 663 metros para a Represa Mascarenhas, mais conhecida como Lago do Peixoto.

Represa de Furnas

A Represa de Furnas abastece a hidrelétrica de mesmo nome, que está localizada em São José da Barra (MG), responsável por 70% do fornecimento de energia no país.

Segundo a Eletrobrás Furnas, a represa é responsável por regular 12 barragens. O lago banha 34 municípios do Sul e Centro-Oeste de Minas Gerais.

No dia 14 de setembro, o presidente de Furnas Centrais Elétricas, Clóvis Torres, pediu desculpas aos moradores do Sul de Minas pela seca que atinge os municípios banhados pelo Reservatório de Furnas e anunciou medidas para tentar amenizar danos.

Entre as medidas anunciadas pelo presidente da empresa está a construção de diques em alguns municípios, a revitalização de nascentes, a reabertura do escritório da empresa em Minas Gerais e a renovação das balsas que fazem o transporte de moradores de cidades banhadas pelo lago.

Abaixo de cota mínima prevista em tombamento
A questão do baixo nível da Represa de Furnas não envolve só a preocupação com a geração de energia elétrica, mas também o uso da água do reservatório para a exploração do turismo e outras atividades econômicas.

Em dezembro de 2020, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou a Proposta de Emenda à Constituição, que instituiu o tombamento dos lagos de Furnas e de Peixotos, que abastece a Hidrelétrica Mascarenhas de Moraes, como patrimônios imateriais do estado.

O objetivo é que as cotas mínimas do nível das águas sejam estabelecidas e respeitadas, sendo 762 metros para Furnas e 663 metros para a Represa Mascarenhas, mais conhecida como Lago do Peixoto.

Com o atual volume útil, Furnas está hoje com uma cota de 754 metros acima do nível do mar, oito metros abaixo do que é considerado aceitável para a exploração do turismo e outras atividades.

Volume útil da Represa de Furnas é o menor de 2021 e o pior para um mês de setembro desde o ‘apagão’, há 20 anos — Foto: Reuters

Em junho deste ano, o g1 mostrou que a baixa do lago fez o reservatório virar praticamente um pasto na maioria das cidades da região. Na época, o volume útil do lago era de 37%, mais do que o dobro do nível atual.

O Sistema Nacional de Meteorologia emitiu alerta na época prevendo que as chuvas deveriam ficar na média ou abaixo dela até novembro e sem previsão de conseguir manter o nível dos reservatórios do país.

Foto: Reprodução/EPTV

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