Por G1
Durante coletiva de imprensa em Belo Horizonte em que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou parcela única de R$ 600 do auxílio emergencial para pessoas em extrema pobreza, ele afirmou que muitas pessoas acabariam gastando o dinheiro de uma só vez no bar.
Ele disse isso ao defender o parcelamento do repasse, que era a intenção inicial do governo, mas deputados estaduais modificaram o formato e o dinheiro será depositado em parcela única até o fim deste mês.
“Nós sabemos, infelizmente, que muitas pessoas ao receberem esse dinheiro não fazem uso adequado do mesmo, vão para o bar, para o boteco, e ali já deixam uma boa parte ou quase a totalidade do que receberam. Então, se ele [auxílio emergencial] fosse pago de forma parcelada, muito provavelmente a sua efetividade social teria sido maior”.
O comentário acontece num momento em que a pandemia e a crise econômica aumentaram a situação de pobreza e de fome no Brasil e em várias partes do mundo. Pedidos de doações se multiplicaram. O g1 mostrou, na última sexta-feira (1), que 1,5 mil pessoas fizeram fila por cesta básica em apenas uma favela de BH. Têm se tornado comuns cenas de pessoas disputando comida e até ossos.
Além disso, pesquisa Datafolha mostrou que a maioria dos beneficiários do auxílio emergencial federal usa o dinheiro para comprar comida. Esses são os percentuais para o uso dos R$ 600 do auxílio emergencial:
- Compra de alimentos: 53%
- Pagamento de contas: 25%
- Pagamento de despesas da casa: 16%
- Outras despesas: 4%
- Compra de remédio/máscara/álcool em gel: 1%
O governador também disse que a situação financeira atual permite que ele analise um futuro complemento desse auxílio. Zema afirmou que aposta em uma política de atração de investimentos para criar mais empregos, para reduzir a pobreza no estado.
O auxílio emergencial vai ser depositado primeiro para famílias que não têm o benefício do Programa Bolsa Família e as famílias constituídas por mães solteiras e filhos. Para este grupo, o dinheiro será repassado no período de 14 a 21 de outubro. Já para as famílias não prioritárias, o recurso será depositado de 22 a 29 também deste mês.
O dinheiro será pago exclusivamente em contas-poupança digitais da Caixa Econômica Federal, a conta “Caixa Tem”. A conta é aberta automaticamente para quem não possui ainda.
As famílias que têm direito ao recurso já estão definidas. São aquelas que possuem renda de R$ 89 por pessoa e estavam cadastradas no CadÚnico até o dia 22 de maio de 2021.
O dinheiro poderá ser retirado por meio do aplicativo de smartphone “Caixa Tem”. Caso o beneficiário não possua celular, pode comparecer a uma agência da Caixa ou a uma Casa Lotérica, portando um documento de identificação com foto, para que consiga fazer o saque do benefício. O principal canal para as famílias verificarem se terão direito ao auxílio é o site.
Ainda na coletiva, foi questionado como o poder público vai alcançar as famílias em extrema pobreza, tendo em vista que essas pessoas possivelmente nem mesmo têm computadores ou smartphones. O superintendente de proteção social básica, Helder Garich, respondeu que equipes de assistência social das prefeituras vão fazer essa busca, e há ainda o canal telefônico 155 para as famílias fazerem a consulta.
Veja o calendário de pagamento para as famílias prioritárias:
Calendário de pagamento para as famílias não prioritárias:
Foto: Edmilson Vieira/TV Globo