Por Brasil de Fato
Depois do sermão contundente na principal celebração da Padroeira do Brasil no último 12 de outubro – em defesa da da vida, da vacina, da democracia e contra a corrupção, o ódio, as fake news e as armas – Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, tornou-se alvo dos ataques de grupos fascistas pró-Bolsonaro.
As manifestações ofensivas ganharam eco inclusive dentro da Assembleia Legislativa de São Paulo, através do deputado Frederico D’Avila (PSL) que fez um discurso repleto de ofensas, na última quinta-feira (14), chegando a chamar Dom Orlando, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Papa Francisco de “vagabundos” e de modo geral as pessoas que discordam dos desmandos do presidente da República de “gentalha”. O parlamentar disse ainda que Dom Orlando “usa a batina para fazer proselitismo político ao invés de tomar conta de cuidar da alma das pessoas” e insinuou que os religiosos católicos seriam “pedófilos”.
A CNBB não tardou em reagir e publicou uma carta neste domingo (17) – destinada ao presidente da ALESP – publicizada de forma aberta em suas redes. Citou o “ódio descontrolado” com que D’Ávila se manifestou e denunciou que o deputado “feriu e comprometeu a missão parlamentar, o que requer imediata e exemplar correção pelas instâncias competentes”.
CNBB sai em defesa do Papa Francisco e do episcopado brasileiro. https://t.co/mZpxno8So2
— CNBB Nacional (@CNBBNacional) October 17, 2021
Para a organização, a atitude de D’Ávila representa um “ultrajante desrespeito” e serviu para produzir um “lastimável espetáculo”. O texto indica, ainda, que para além de esperar uma ação interna do poder legislativo paulista, também tomará medidas cabíveis no âmbito judicial. A CNBB qualifica o discurso como “medíocre e odioso, carente de lucidez, modelo de postura política abominável que precisa ser extirpada e judicialmente corrigida pelo bem da democracia brasileira”.
A carta é assinada por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG), atual presidente da CNBB; Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS), 1º Vice-Presidente; Dom Mário Antônio da Silva, Bispo de Roraima (RR), 2º Vice-Presidente e Dom Joel Portella Amado, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), Secretário-Geral.
Confira a íntegra da carta: CARTA ABERTA DA CNBB À ALESP E AO POVO BRASILEIRO
Foto: Divulgação