Por CNBB
Por ocasião dos 69 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), celebrado no último 14 de outubro, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da entidade, dom Walmor Oliveira de Azevedo publicou um vídeo no qual fala sobre os recentes ataques sofridos pela CNBB e sobre o papel da instituição cuja missão é fortalecer a unidade e a comunhão do episcopado brasileiro à luz do Evangelho, do magistério da Igreja e do Papa Francisco. No vídeo, dom Walmor fala do papel da CNBB frente aos desafios brasileiros e das perspectivas de futuro. “A CNBB é uma imprescindível força de evangelização da Igreja no Brasil a serviço do povo de Deus há quase sete décadas”, disse.
O prelado afirmou que CNBB não é um clube de amigos, um tipo de governo ou instância de poder. “Ela expressa a unidade dos bispos do Brasil, tecendo entendimentos e compreensão aprofundada sobre os muitos problemas do Brasil, a partir da contribuição de diferentes perspectivas, sempre no horizonte intocável do Evangelho de Jesus”, apontou.
Sobre as ofensas que recebeu recentemente e das quais os cristãos católicos, incluindo o Papa Francisco, estão sendo alvos, o presidente da CNBB é enfático. “Os cristãos católicos não devem ter medo de ataques e críticas pois o nosso mestre Jesus Cristo também foi perseguido e difamado e morreu na cruz em nome da verdade. (…) O nosso compromisso em sermos fieis às lições de Jesus não nos permite retribuir hostilidades com a mesma moeda. A CNBB não difama, promove ataques ou calunias. Não se vale das ferramentas tecnológicas para disseminar e estimular hostilidades. Isto não significa passividade diante de agressões”, afirmou.
Confira, abaixo, a íntegra da descrição do conteúdo do vídeo:
O diálogo no caminho da unidade e comunhão
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é uma imprescindível força de evangelização da Igreja no Brasil a serviço do povo de Deus há quase sete décadas. A sua criação em 1952 foi um gesto profético, fruto da lucidez de pastores que nos precederam na missão de ajudar o mundo a abrir-se ao amor de Deus.
Nestas quase sete décadas, a CNBB se consolidou como sinal vivo e atuante da unidade de nossa Igreja e, de modo especial, da comunhão do nosso episcopado, juntos trabalhando para evangelizar o Brasil continente, em profunda sintonia com o magistério do Papa. Em sua história, a CNBB é interpelada a oferecer respostas aos grandes desafios de cada tempo no serviço às dioceses e à sociedade brasileira, marcando-a com o sabor do Evangelho.
A CNBB sempre procurou o diálogo, está a serviço de todos para oferecer as suas contribuições que não são “desta ou daquela pessoa”, numa visão personalista da realidade, mas a síntese bonita da singularidade da nossa Igreja presente em todo o Brasil, interligando Norte e Sul, Leste e Oeste.
A CNBB não é, pois, um clube de amigos, um tipo de governo ou instância de poder. Ela expressa a unidade dos bispos do Brasil, tecendo entendimentos e compreensão aprofundada sobre os muitos problemas do Brasil, a partir da contribuição de diferentes perspectivas, sempre no horizonte intocável do Evangelho de Jesus.
Diante dos principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira, a CNBB se posiciona. Não se trata de opinião simplesmente de seu presidente ou da sua presidência, mas de um entendimento construído sempre a partir de muito diálogo. Entendimento alcançado, principalmente, a partir da escuta dos mais pobres, iluminados pelo Evangelho da Vida.
O nosso compromisso cristão de estarmos ao lado dos pobres e na defesa da Casa Comum exige coragem para não nos omitirmos diante das graves crises que o país enfrenta. Os cristãos católicos não devem ter medo de ataques e críticas pois o nosso mestre Jesus Cristo também foi perseguido e difamado e morreu na cruz em nome da verdade. Somos fortalecidos pela oração que nos une ao Evangelho na certeza de que caminhamos seguindo os passos de nosso Mestre. Assim renovamos a nossa certeza de que a vida sempre vence a morte.
É importante dizer que o nosso compromisso em sermos fieis às lições de Jesus não nos permite retribuir hostilidades com a mesma moeda. A CNBB não difama, promove ataques ou calunias. Não se vale das ferramentas tecnológicas para disseminar e estimular hostilidades. Isto não significa passividade diante de agressões. Estamos atentos aos ataques que são direcionados à CNBB e aos cristãos católicos que corajosamente defendem os mais pobres para ações estratégicas, buscando corrigir visões distorcidas e impedir a propagação de inverdades. Uma equipe multidisciplinar de juristas e comunicadores nos auxiliam nesta missão.
Desafios da presidência da CNBB
As mudanças foram muitas com mais compromissos assumidos e frentes de trabalho. Sou primeiro servidor na arquidiocese de Belo Horizonte que celebra, neste ano, um século de história, serviços e missão. Uma grande rede com aproximadamente 1.500 comunidades de fé, em 28 municípios, 12 instituições, 13 santuários, vicariatos, missionários e pastorais, uma rica e muito exigente complexidade.
Quando fui eleito presidente da CNBB, a maior conferência episcopal do mundo, não temi a responsabilidade assumida, embora consciente dos limites e desafios. Sei que Deus conduz todas as coisas. Sempre cultivei um coração aberto para servir cada vez mais. É importante dizer que na presidência da CNBB está um grupo muito competente de bispos e assessores. Uma equipe unida e integrada, com referência especial a nossos irmãos bispos que integram a presidência: dom Jaime Spengler, dom Mário Antônio da Silva e dom Joel Portella Amado.
Também é preciso destacar o importante e belo trabalho desenvolvido pelo Conselho Permanente da CNBB, por nossas comissões e assessorias no Conselho Pastoral Episcopal (Consep). As facilidades tecnológicas muito contribuem para melhor gerenciarmos o tempo, intercalando encontros presenciais com reuniões em ambientes virtuais.
Sinto uma especial alegria em poder servir à nossa Igreja, oferecendo contribuições para nossa conferência episcopal. Sirvo e dou graças a Deus por servir
Diretrizes Gerais da Evangelização da Igreja no Brasil
A CNBB busca contribuir para que as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil inspirem sempre, cada vez mais, trabalhos nas comunidades de fé do nosso Brasil. As diretrizes, frutos da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, resultado das contribuições do episcopado brasileiro, estão em profunda comunhão com o magistério do Papa Francisco e convidam a nossa Igreja a ser, cada vez mais, casa da Palavra, casa do Pão, cada da caridade e casa da missão.
Uma tarefa importante e fundamental, a CNBB vai contribuir nos próximos anos com muita dedicação com o processo do Sínodo 2023 convocado e iniciado pelo Papa Francisco, no domingo, 10 de outubro. O Sínodo sobre a Sinodalidade na Igreja é uma oportunidade para renovarmos as nossas estruturas, revigorarmos a nossa ação missionária com uma Igreja cada vez mais participativa na qual todos caminham juntos unidos ao magistério do Papa Francisco. É importante que o fiel, ao escutar a palavra Sínodo tenha sempre esta compreensão. Sínodo significa caminhar juntos, todos protagonistas de uma Igreja que é povo de Deus.
Confira abaixo o vídeo:
Foto: Reprodução/CNBB