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Ala do PL exige autonomia para manter alianças regionais Em Estados do Nordeste, por exemplo, o partido tem acordos fechados para compor com governadores de oposição ao governo, inclusive do PT

9 de novembro de 2021, 16h43 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Terra

Com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de se filiar ao PL, integrantes do partido condicionam a permanência na legenda a uma autonomia para manter alianças regionais. Em Estados do Nordeste, o partido tem acordos fechados para compor com governadores de oposição ao governo, inclusive do PT. No Norte, como é o caso do vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), também há desconforto.

O deputado federal Fabio Abreu (PL-PI) disse ao Estadão que “com certeza” sai da sigla se ele não tiver autonomia para apoiar o grupo do governador Wellington Dias (PT-PI), que pretende lançar a candidatura do seu secretário de Fazenda, Rafael Fonteles (PT), para ser seu sucessor.

Abreu, que é ex-secretário de Segurança Pública de Dias, declarou que o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, firmou um compromisso de manter o arranjo feito no Piauí. “A autonomia já está bem clara na conversa que tive com presidente do partido, continuar na aliança com o governador do Piauí que é do PT”, disse o deputado. “(A permanência no partido) poderá mudar se nós do PL no Piauí não tivermos nossa autonomia.”

Após Costa Neto e Bolsonaro confirmarem a filiação, planejada para acontecer no próximo dia 22, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), também expôs sua insatisfação, mas evitou dizer se vai se desfiliar. “Todos sabem que não é uma situação cômoda para mim e, no momento oportuno, irei me pronunciar”, afirmou ele, que, mesmo com seu partido integrando a base aliada do Palácio do Planalto, tem feito duras críticas ao governo.

Ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Ramos declarou que aguarda a filiação de Bolsonaro acontecer formalmente para decidir qual rumo irá tomar.

Antes de definir a entrada no PL, Bolsonaro também negociava para se filiar ao Progressistas, do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Em meio a indefinição, o vice-presidente da Câmara chegou a afirmar que torcia para o outro partido conseguir filiar Bolsonaro. Apesar de ser uma legenda um pouco maior e com mais capilaridade que o PL, o partido de Ciro tem mais ligações com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do que o PL, com alianças com petistas na Bahia e em Pernambuco.

Em Alagoas, o PL compõe o governo estadual com o ex-deputado Maurício Quintella, que é secretário de Infraestrutura de Renan Filho (MDB-AL). O governador é filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente do Senado e relator da CPI da Covid. Renan elaborou parecer recomendando o indiciamento de Bolsonaro por crimes cometidos durante a pandemia e, mais de uma vez, classificou o presidente como “genocida”.

O adjetivo também é usado pelo político do PL de Alagoas. No dia 10 de agosto, quando houve um desfile de blindados na Esplanada dos Ministérios no dia da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, Quintella pediu “fora, Bolsonaro” e o chamou de genocida.

Agora colega de partido do presidente, no dia 29 de maio, durante protestos que pediam o impeachment de Bolsonaro, Quintella postou uma foto vestindo uma camisa estampada de “Fora Bolsonaro”.

Desde novembro de 2019, Bolsonaro está sem partido. Após ter brigado com o comando do PSL, ele tentou fundar o Aliança pelo Brasil, mas não conseguiu as assinaturas necessárias para formalizar a sigla no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tentou, então, entrar em vários outros partidos, como Republicanos, PRTB e Patriota, mas enfrentou uma série de obstáculos porque sempre apresentava a exigência de ter influência sobre os diretórios e as verbas das legendas.

Foto: Reuters

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