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Enem: Bolsonaro pediu “revolução” para falar do Golpe de 64 Há pressões também para suprir perguntas que envolvam temas que desagradam o governo

19 de novembro de 2021, 17h01 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Terra

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, que o Golpe Militar de 1964 fosse citado como “revolução” em questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), informa reportagem da Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, 19.

Ribeiro chegou a comentar o pedido com membros do MEC e também do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pela elaboração do Enem, mas a ordem – sem amparo histórico – não foi adiante.

Entusiasta da ditadura militar e crítico do Enem, Bolsonaro polemizou ao dizer que o exame estava ficando “com a cara do governo”. Segundo a reportagem, situação tem preocupado servidores, que relatam receio com perseguições ou punições se questões da prova desagradarem o chefe do Executivo.

Há pressões também para suprir perguntas que envolvam temas que desagradam o governo, como equidade de gênero, diversidade sexual e até racismo. O processo para formular as questões, no entanto, é burocrático e envolve editais públicos, o que coloca ainda mais pressão em cima dos técnicos do Inep.

O clima piorou ainda mais com a demissão em massa de 37 servidores que entregaram seus cargos alegando “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão”.

O primeiro dia do Enem acontece neste domingo, 21. Já o segundo dia da aplicação da prova é no outro domingo, dia 28.

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

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