Por Metrópoles
A médica bolsonarista Nise Yamaguchi, indiciada pela CPI da Covid pelo crime de “epidemia com resultado morte”, anunciou pré-candidatura ao Senado Federal em 2022. A oncologista deve concorrer por São Paulo.
Nise ganhou visibilidade no último ano por causa da proximidade com o Planalto e a defesa do “tratamento precoce” contra a Covid-19. Os medicamentos, comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença, foram defendidos pelo presidente Bolsonaro e apoiadores.
“Não tenho partido. Não sou política. Não sei ainda qual partido vou acolher, mas sei que serei uma pessoa independente. Estou dizendo que vou ter uma candidatura independente. Qual vai ser o partido? O mais ético que encontrar, o mais correto que encontrar”, declara Nise em vídeo publicado nas redes sociais.
“Eu sou pré-candidata ao Senado pelo estado de São Paulo, porque eu acho que mais mulheres de bem devem ocupar essa cadeira”, explica.
“Estou me alinhando nas trincheiras, porque é uma guerra. É uma guerra biológica, uma guerra de inescrupulosidade, de questões antiéticas, de agressões, de tentativas de descaracterizações dos ideais das pessoas”, continua Nise, emocionada.
A médica diz que, caso não seja senadora, “se Deus não permitir”, irá continuar o trabalho que desempenha: “Não conheço os meandros, não quero estar no ‘toma lá, da cá’, não quero fazer acordos que eu não tenho como cumprir, porque minha ética não vai permitir”
Sondada por partidos
Conforme apurado pela coluna Guilherme Amado, Nise tem se aproximado de partidos políticos. Recentemente, ela intensificou as conversas com o Partido da Mobilização Nacional (PMN). A médica bolsonarista foi acusada formalmente pela CPI da Pandemia de ter cometido o crime de epidemia com resultado morte.
Desde a CPI, que durou de abril a outubro, Yamaguchi tem sido sondada por partidos políticos com vistas a 2022. Um deles é o PTB, que também iniciou negociações com Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde conhecida como “Capitã Cloroquina”.
Nos últimos dias, Yamaguchi tem conversado com o PMN, sigla que vem reunindo bolsonaristas como o blogueiro Oswaldo Eustáquio e busca abrigar Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, na corrida ao governo de São Paulo.
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles