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Guedes sabia da sublevação na Receita Federal e deixou rolar Orçamento para 2022 aprovado pelo Congresso nesta semana cortou em 51% a verba destinada à Receita Federal. Recursos foram para reajuste de salário de policiais e fundo eleitoral.

24 de dezembro de 2021, 14h20 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O ex-secretário Especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, alertou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em ofício encaminhado no início de novembro, que o órgão enfrentava “insuficiência de recursos orçamentários” e que isso poderia impactar “a prestação de serviços de sistemas informatizados que suportam a arrecadação tributária e o controle do comércio exterior”.

No documento, ao qual a GloboNews teve acesso, Tostes, que foi demitido no início de dezembro, relatou ainda um “iminente colapso orçamentário” na Receita Federal.

O documento fio enviado a Guedes no dia 5 de novembro, um mês e meio antes da aprovação do Orçamento de 2022 pelo Congresso, na última terça (21).

O texto aprovado por deputados e senadores destina à Receita Federal pouco mais de R$ 1 bilhão no próximo ano, 51,5% menos que o previsto inicialmente na proposta orçamentária (R$ 2,1 bilhões).

Auditores ouvidos pela GloboNews disseram que esse valor só é suficiente para as despesas da Receita até maio de 2022. Na avaliação deles, o Congresso promoveu “cortes drásticos” no orçamento destinado ao órgão mesmo após uma situação “gravíssima” já relatada no ofício encaminhado por Tostes.

De acordo com esses auditores, nos últimos anos o orçamento médio da Receita Federal foi de R$ 2,6 bilhões. O orçamento de R$ 1 bilhão aprovado para o no ano que vem, apontam eles, vai sufocar as atividades do órgão.

Entrega de cargos

Com os recursos retirados do orçamento da Receita, o Congresso elevou o montante destinado ao fundo que financiará campanhas eleitorais no ano que vem e também garantiu reajuste de salário para as carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

A destinação de recursos para aumento salarial de policiais e agentes penitenciários não estava prevista na proposta do relator-geral do Orçamento de 2022. Ela foi incluída após pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

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