Por G1
O mundo registrou, pela primeira vez, mais de um milhão de casos em um único dia: 1,4 milhão. Os dados são da plataforma “Our World in Data”, ligada à Universidade de Oxford.
A plataforma alerta que, apesar do recorde histórico, é preciso levar em conta que muitos países deixaram de registrar casos entre os dias 24 e 26 de dezembro. Os desenvolvedores também reforçam que os casos têm aumentado muito rápido em todo o mundo. Na última semana, foram relatados 5,98 milhões de casos, maior do que o recorde anterior de 5,79 milhões, registrado na semana de 25 de abril de 2021.
Os dados são compilados desde janeiro de 2020. O primeiro grande pico foi registrado em 7 de janeiro deste ano, com quase 900 mil casos. Três meses depois, em abril, a marca de 900 mil foi rompida três vezes. Em dezembro, com a variante ômicron circulando, os registros diários se aproximaram de um milhão, batendo a marca nas últimas 24 horas.
- 7 de janeiro de 2021: 892,8 mil
- 22 de abril de 2021: 902,6 mil
- 23 de abril de 2021: 904,4 mil
- 28 de abril de 2021: 905,8 mil
- 23 de dezembro de 2021: 983,3 mil
- 27 de dezembro de 2021: 1,4 milhão
O país com o maior número de casos registrados foram os Estados Unidos, com mais de 512.553 casos, cerca de 37% do total. Em seguida vêm o Reino Unido (318.699, equivalente a 23%) e a Espanha (15%). É importante lembrar, entretanto, que países como o Reino Unido estão entre os que mais testam no mundo – por isso, é possível que haja casos ainda mais casos não rastreados em outros lugares.
Apesar da incerteza por causa dos níveis diferentes de testagem entre os países, mesmo no continente europeu, a Europa é a região responsável por mais da metade dos casos registrados na segunda-feira (27): dos 1,4 milhão de casos, 763.876 foram vistos nessa parte do mundo (o equivalente a 54,5% do total).
Também segundo o “Our World in Data”, a Europa tem apenas 60,73% da população totalmente vacinada contra a Covid-19. No Brasil, esse percentual está próximo dos 67%.
O percentual europeu, entretanto, esconde realidades distintas entre os países: enquanto em Gibraltar – território ultramarino britânico – a cobertura vacinal está acima dos 100%, na Bósnia, na Armênia e em Guernsey, por exemplo, o percentual está em torno de 22%, os mais baixos da região.
Média móvel de mortes
De acordo com o Our World in Data, a média móvel de sete dias verificada na segunda-feira foi de 6,4 mil mortes. Os números são os mais baixos desde o fim de outubro do ano passado (veja o gráfico abaixo).
A média móvel de mortes por Covid-19 teve o pico em 26 de janeiro deste ano, quando a marca foi de 14,7 mil óbitos.
Países reforçam medidas contra ômicron
Na segunda-feira (27), países como Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos anunciaram restrições para conter a variante ômicron.
Na Alemanha, os encontros em grupo têm limite máximo de 10 pessoas vacinadas ou recuperadas da doença. Grandes eventos culturais e esportivos devem ocorrer sem público.
Na França, onde os 100 mil novos casos foram superados pela primeira vez em 24 horas desde o início da pandemia, o passaporte sanitário atual deve ser substituído pelo passaporte de vacinação. O país também decidiu que vai tornar compulsório o trabalho em casa pelo menos três dias por semana.
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte decretaram novas restrições que incluem limite no total de pessoas em encontros, funcionamento de bares e distanciamento social. Enquanto isso, na Inglaterra, o governo aguarda mais evidências sobre se o serviço de saúde consegue lidar com as altas taxas de infecção.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, atualizou nesta segunda-feira (27) suas diretrizes de isolamento para casos confirmados de Covid-19. O tempo recomendado passa de 10 para 5 dias, seguido de uso constante de máscara por mais 5 dias quando o paciente estiver em contato com outras pessoas.
O doutor Anthony Fauci, a maior autoridade de doenças infecciosas do país, pediu nesta segunda que as pessoas evitem aglomerações de Ano Novo para diminuir a disparada de casos provocados pela ômicron.
Foto: Matt Dunham/AP