Por Globo Esporte
O Cruzeiro utilizou suas vias oficiais nesta quinta-feira para, por meio de nota, dar a versão da entidade sobre a não renovação de contrato com o goleiro Fábio, ídolo celeste. Em nota, o clube afirmou que chegou a tentar um “sacrifício financeiro” para manter o jogador no elenco até o fim do Campeonato Mineiro, mas teve a proposta negada por ele e pelo agente. Disse ainda que as decisões da atual gestão visam a “responsabilidade econômica da entidade”.
A oferta, segundo o clube (e confirmada pelo próprio jogador na versão publicada ontem, pelas redes sociais), seria para uma extensão de vínculo até o fim do Campeonato Mineiro, para que “Fábio pudesse, em campo, se despedir da torcida como ele e a própria torcida merecem”.
“Necessário ressaltar que, ainda assim, sendo Fábio o ídolo que é, um importante sacrifício econômico foi feito. Foi oferecido ao jogador um contrato que certamente extrapolava o razoável para um clube publicamente deficitário. Os termos desta proposta não foram aceitos pelo atleta e seu agente.”
O Cruzeiro alega ainda – diferentemente do que reclamou Fábio – ter tratado com “enorme respeito” as negociações com o goleiro. Na visão da entidade, a proposta oferecida respeitava a “relevância e admirável história de 18 anos no clube”. O clube se diz ainda aberto para que “inúmeras homenagens extracampo aconteçam”.
Responsabilidade financeira
Na nota, a SAF Cruzeiro justifica ainda a decisão pelo aspecto financeiro, e alega não ser mais possível aceitar um “perfil de administração que fez tantos clubes chegarem a um cenário de inviabilidade”.
“O Cruzeiro tem clareza de que não há outra forma de manter a história de um dos maiores clubes de futebol do mundo que não seja com uma gestão responsável, com colaboradores e atletas que estejam plenamente alinhados a esse pensamento.”
Veja a nota na íntegra:
“O Cruzeiro esclarece à sua torcida pontos importantes sobre a não renovação do goleiro Fábio. É fundamental lembrarmos que o Cruzeiro tem um desafio imenso de reorganização que precisa ser planejada e executada considerando a sobrevivência da entidade. Nesse sentido, a reestruturação precisa ocorrer em diversos campos: financeiro, organizacional, administrativo e, claro, esportivo. Muitas decisões não são populares, mas precisam ser adotadas.
O projeto esportivo que vem sendo implantado considera critérios técnicos e a constituição de um plano de longo prazo para a instituição. As decisões no Departamento de Futebol visam a construção de uma equipe competitiva, sustentável e que esteja a altura da grandeza do clube. Foi exatamente um projeto nessas condições que foi apresentado ao goleiro de 41 anos, que o negou.
A proposta respeitava também a imprescindível responsabilidade econômica da entidade. Necessário ressaltar que, ainda assim, sendo Fábio o ídolo que é, um importante sacrifício econômico foi feito. Foi oferecido ao jogador um contrato que certamente extrapolava o razoável para um clube publicamente deficitário. Os termos desta proposta não foram aceitos pelo atleta e seu agente.
O Cruzeiro, desde o início e com enorme respeito, deixou claro que a proposta respeitava sua relevância e admirável história de 18 anos no clube. Fundamental esclarecer que o desejo do Cruzeiro era de ampliação de vínculo, embora não pelo mesmo prazo desejado pelo atleta. A proposta era de que Fábio pudesse, em campo, ao longo do Campeonato Mineiro, se despedir da torcida como ele e a própria torcida merecem. Inclusive, o Cruzeiro segue aberto para que inúmeras homenagens extracampo aconteçam.
Não é mais possível aceitar um perfil de administração que fez tantos clubes chegarem a um cenário de inviabilidade. O Cruzeiro tem clareza de que não há outra forma de manter a história de um dos maiores clubes de futebol do mundo que não seja com uma gestão responsável, com colaboradores e atletas que estejam plenamente alinhados a esse pensamento.”
Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro