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Bolsonaro critica Macron e países se unem a favor da Amazônia

23 de agosto de 2019, 13h39 | Por Carlos Lindenberg com Letícia Horsth

by Carlos Lindenberg com Letícia Horsth

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) rebateu o presidente da França, Emmanuel Macron, que se posicionou nessa quinta-feira (22) sobre as queimadas na Amazônia. Bolsonaro disse que a sugestão do francês, de discutir assuntos ligados à floresta no encontro do G7 neste final se mana, “evoca mentalidade colonialista”.

“Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até para fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema”, escreveu Bolsonaro no Twitter.

“O Governo brasileiro segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo. A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI”, acrescentou.

O próximo encontro do G7 – que reúne os presidentes de EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão – será realizado neste fim de semana, em Biarritz (França).

Eduardo Bolsonaro ataca presidente da França
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que foi indicado por seu pai, o presidente Jair Bolsonaro para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos compartilhou um vídeo que chama o presidente francês, Emmanuel Macron, de “idiota”.

“Recado para o Emmanuel Macron”, escreveu Eduardo em sua conta no Twitter, seguido de um vídeo feito por um youtube do em dezembro de 2018, que fala sobre os protestos na França.

“Bolsonaro mentiu” diz Macron
O palácio do Eliseu, sede do governo francês, declarou nesta sexta-feira (23) por nota que “Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o presidente da República só pode constatar que o presidente Bolsonaro mentiu para ele na cúpula (do G20) de Osaka”. A presidência francesa acredita que Bolsonaro decidiu não respeitar seus compromissos climáticos. “Sob essas condições, a França se opõe ao acordo do Mercosul (com a UE) no estado atual”, complementa a nota.

Além da França, países como Argentina, Finlândia, Alemanha, Canadá e Irlanda declararam apoio à Amazônia;

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, colocou à disposição do Brasil e da Bolívia o sistema de emergência argentino para lutar contra os incêndios florestais que estão assolando estes países e reconheceu que está “alarmado e comovido” pelos incêndios na Amazônia brasileira, que ele definiu como “a principal reserva de oxigênio da região” e por isso é urgente “oferecer nossa cooperação”.

“Nosso sistema de emergência está à disposição do Brasil e Bolívia”, anunciou o presidente nas redes sociais, na noite dessa quinta-feira (22).
“Também contatei o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, para seguir de perto o controle de emergência. Estamos comprometidos a ajudar nossos vizinhos a combater os incêndios florestais” publicou Macri.

A Finlândia, que tem a presidência rotativa da União Europeia (UE), pretende encontrar uma forma de fazer o bloco banir a importação de carne do Brasil por causa das tradicionais queimadas na Amazônia. Em um comunicado, nesta sexta-feira (23), segundo o site G1, o Ministério das Finanças da Finlândia afirmou:

“O ministro de Finanças Mika Lintila condena a destruição da floresta amazônica e sugere que a UE e a Finlândia devam urgentemente rever a possibilidade de banir as importações de carne bovina brasileira.”

Também nesta sexta-feira (23), foi comunicado pelo porta-voz da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, que os incêndios na Amazônia são uma situação urgente que deve ser debatida no encontro de cúpula do G7, no qual a chanceler é a terceira líder.

O Canadá também se pronunciou na mesma linha de Merkel. O primeiro-ministro do país, Justin Trudeau, defendeu a ação do G7 contra queimadas na região da Amazônia.Em seu Twitter, Trudeau publicou na noite desta quinta-feira (22) seu apoio ao presidente da França, Emmanuel Macron. O primeiro-ministro diz que é preciso “agir pelo planeta”.

“Eu não poderia concordar mais, Emmanuel Macron. Fizemos muitos trabalhos para proteger o meio ambiente no G7 do ano passado, em Charlevoix, e precisamos continuar neste fim de semana. Precisamos de #ActForTheAmazon (agir pela Amazônia, em tradução livre) e agir pelo nosso planeta —nossos filhos e netos estão contando conosco”, escreveu Trudeau ao republicar a mensagem anteriormente escrita por Macron.

O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, ameaçou votar contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul se o Brasil não respeitar seus “compromissos ambientais”, em meio a críticas ao presidente Jair Bolsonaro pelos incêndios que assolam a Amazônia.

“De maneira alguma a Irlanda votará a favor do acordo de livre comércio UE-Mercosul se o Brasil não cumprir seus compromissos ambientais”, declarou o primeiro-ministro Leo Varadkar em um comunicado divulgado nessa quinta-feira (23) à noite.

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