Home Saúde Autoteste para Covid depende de documentos de política pública da Saúde, que ainda não chegaram à Anvisa, diz Barra Torres

Autoteste para Covid depende de documentos de política pública da Saúde, que ainda não chegaram à Anvisa, diz Barra Torres A íntegra da entrevista com o diretor-presidente da Anvisa vai ao ar nesta quarta-feira (12) no Em Foco, na GloboNews, às 23h30.

12 de janeiro de 2022, 10h56 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por G1

O diretor-presidente da Anvisa, Barra Torres, disse ao programa “Em Foco”, na GloboNews, que a aprovação do autoteste para Covid depende de uma política pública apresentada pelo Ministério da Saúde e enviada à Anvisa, o que ainda não aconteceu. A Anvisa informou ao blog na manhã desta quarta (12) que ainda não havia recebido qualquer ofício do Ministério da Saúde sobre autotestes.

Segundo Barra Torres, o autoteste é uma tendência mundial e a Anvisa não vai perder tempo — mas aguarda os documentos que vão nortear essa política pública e que, até agora, não foram enviados pela Saúde à Anvisa.

“Não é simplesmente liberar um autoteste para ser feito em farmácia pelo próprio cliente, pelo próprio cidadão. Ele vem dentro de uma política pública de saúde. Porque é necessário uma previsão de uma série de fatores. Esse resultado precisa ser compilado, caso contrário a gente faz o teste e quem fica sabendo é só quem testou e o sistema de compilação nacional, então isso precisa existir. (…) Quando eu digo que essa questão do autoteste ela vem numa política pública de saúde, é o que o ministro disse que estará enviando para nós, ainda não recebemos, os documentos norteadores dessa política pública que contempla o autoteste. Agora, como é uma tendência realmente científica forte no mundo, o que a gente faz? A gente já começa a trabalhar nisso com antecedência. (…) Agora, em relação ao autoteste estamos fazendo a mesma coisa, aí já é uma outra diretoria, é a diretora Cristiane Rose, cuja equipe técnica já vem trabalhando nisso, tão logo esses documentos do ministério cheguem para nós, traçando esse ordenamento de como essa política vai ser implementada, parte que nos cabe, que é uma parte de análise do teste, verificação, já vai estar muito adiantada. Penso que pelo menos por nós aqui não vai ter uma perda de tempo. É uma tendência mundial, há uma série de críticas, mas de fato é uma tendência que está sendo no mundo todo. No que tange à Anvisa nós não vamos atrasar tão logo recebamos esses documentos do ministério”.

Relação com Bolsonaro

Barra Torres também falou, ao “Em Foco”, a respeito da nota em que cobra retratação de Bolsonaro após o presidente ter dito que a Anvisa teria “interesses” por trás da liberação da vacina para crianças de 5 a 11 anos.

Ao assinar a nota, Barra Torres, além de se descrever como chefe da Anvisa, incluiu o posto de militar. Ele foi da Marinha por trinta anos.

Perguntado sobre o tema, ele afirmou que foi apenas uma questão de “método” e que quem fala pela Marinha é o comandante.

“É uma questão de método, coloquei meu nome e em seguida coloquei diretor-presidente, em seguida Anvisa, e embaixo coloquei contra-almirante RM1, sou da reserva não da ativa, do quadro de médicos do corpo da Marinha, e embaixo coloquei Marinha do Brasil. Marinha, força aérea, são coisas que acabam entrando no DNA, no sangue da gente depois de 30 anos, não tem jeito. Se você for olhar casaco para andar de moto que eu tenho, se você for olhar minhas motos em algum lugar vai ter Marinha lá. Mas longe de mim falar pela Força, então eu vi que até na imprensa algumas ilações surgiram, então estou aproveitando para dizer: quem sabe o pensamento da Força é o comandante da Força. Se alguém ficou com dúvida, eu esclareço: ali a colocação Marinha do Brasil pura e tão somente pelo método da assinatura. Mas quem fala pela força é o comandante”.

Sobre a relação com presidente Bolsonaro, Barra Torres disse que não é necessário os gestores nutrirem um pelo outro algum tipo de amizade e que, se for chamado, irá conversar com o presidente.

“Tantas vezes que for convidado, convocado, chamado a participar de qualquer reunião administrativa, do governo federal, eu disse: iremos sem nenhum problema. Essa relação não pode cair. As outras todas podem cair porque elas são satélites, então se o entendimento de dois amigos que trilham caminhos diferentes, posicionamentos diferentes, num ambiente de trabalho se ele permanece, a relação de trabalho administrativa não pode ser maturada em hipótese alguma e eu te garanto que da minha parte esse canal é sempre aberto. É o meu dever como gestor”.

A íntegra da entrevista vai ao ar nesta quarta (12), às 23h30, na GloboNews.

Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

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