Por G1
O Brasil não foi incluído na lista de países para os quais o governo de Vladimir Putin quer suspender as exportações russas de fertilizantes, informou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Entretanto, novas compras do produto estão inviabilizadas enquanto durar a guerra travada pela Rússia na Ucrânia devido à falta de transporte em razão do conflito.
Mais cedo nesta sexta-feira (4), o governo russo anunciou que recomendou aos produtores locais de fertilizantes que suspendam suas exportações.
A Rússia é um dos principais fabricantes mundiais de fertilizantes. Cerca de 30% das importações brasileiras do produto vêm do país.
Em fevereiro, uma semana antes da invasão da Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro esteve na Rússia e se encontrou com Vladimir Putin. Uma das justificativas para a viagem foi justamente tratar das compras de fertilizantes pelo Brasil.
Nos últimos dias, Bolsonaro tem evitado condenar a ação militar de Vladimir Putin. Argumenta que precisa manter a neutralidade para garantir a manutenção das relações comerciais entre os dois países.
Ao blog, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse ter sido informada pela embaixada da Rússia que a suspensão das exportações de fertilizantes não inclui o Brasil.
Ela disse, porém, que a guerra praticamente inviabilizou o embarque de produtos nos portos russos. Um dos motivos é que empresas de seguro têm se recusado a fazer seguro dos navios que se dirigem ao país, devido ao conflito.
Com isso, o Brasil não deve conseguir fazer novas importações de fertilizantes da Rússia enquanto durar o conflito.
Segundo a ministra, o estoque brasileiro de fertilizantes é suficiente para três meses. Ela disse esperar que antes desse período a guerra tenha acabado e, o transporte de mercadorias entre Rússia e Brasil tenha sido normalizado.
Mesmo assim, disse que já negocia a compra de fertilizantes com outros fornecedores, como Canadá e Irã, a fim de assegurar que não haja falta do produto no Brasil caso o conflito se estenda mais tempo que o esperado.
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