Por Metrópoles
Durante encontro com lideranças evangélicas, Bolsonaro relembrou a reunião bilateral que teve com Putin quando esteve na Rússia, em fevereiro.
“Há poucas semanas, eu estive com um dos homens mais poderosos do mundo. Ele vive um conflito com o país vizinho [Ucrânia]. Mas eu me lembro depois de quase três horas conversando com ele, e essa conversa ficou entre mim, ele, o seu intérprete e o meu intérprete – um assessor do Itamaraty. Uma questão estratégica. Depois, na saída, duas coisas aconteceram. Primeiro, aberto ao público, à imprensa, nós nos posicionamos. Eu me lembro muito bem da mensagem que eu poderia dar naquele momento. Falei: ‘Presidente Putin, o mundo é a nossa casa e Deus está acima de todos nós’”, disse Bolsonaro.
“O mundo todo está conectado. O que acontece a 10 mil km de distância, ou a 20 km, tem influência sobre nós. Não é fácil tomar decisões. Temos 210 milhões de pessoas que vivem e sentem as consequências de qualquer decisão que eu venha a tomar”, prosseguiu Bolsonaro, sem entrar em detalhes de quais seriam essas decisões.
Desde o início do conflito no Leste Europeu, o presidente Jair Bolsonaro tem sido pressionado para condenar a invasão de tropas russas ao território ucraniano. Quando se manifesta sobre o assunto, Bolsonaro não cita a Rússia de forma direta e diz que a posição do Brasil é “clara” e tem sido transmitida por meio dos “canais adequados”, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O presidente brasileiro tem reforçado uma “posição de equilíbrio” em relação ao conflito. Os ataques russos aos ucranianos entraram no 12º dia, numa ofensiva militar que já é considerada a maior registrada na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial.
“Muita gente questiona que o presidente precisa ter uma posição mais firme de um lado ou de outro. O Brasil continua numa posição de equilíbrio. Nós temos negócios com os dois países. Não temos a capacidade de resolver esse assunto. Então, o equilíbrio é a posição mais sensata por parte do governo federal”, afirmou Bolsonaro na semana passada.
“Nós torcemos – e o que for possível, nós faremos – pela paz. A guerra não vai produzir benefícios para nenhum dos dois países, muito menos para o mundo. Qualquer conflito, nós estamos vendo, as consequências estão aí”, acrescentou.
Conflito entre Rússia e Ucrânia
om autorização do presidente russo, Vladimir Putin, tropas militares invadiram o território ucraniano em 24 de fevereiro.
Já são 12 dias de bombardeios no país ucraniano. O governo local pede a retirada imediata das tropas russas do país. Ainda não houve acordo. Delegações das duas nações negociam um cessar-fogo.
Foto: Alan Santos/Planalto