Por CNN
A Petrobras teria recebido nos últimos dias pedidos de auxiliares do governo para que o valor integral de defasagem no preço da gasolina e do diesel não fosse repassada de maneira integral ao mercado consumidor.
Segundo relatos feitos à CNN Brasil, integrantes do governo federal teriam enviado o recado à empresa estatal de que, neste momento, seria melhor que houvesse anúncios de maneira escalonada, evitando que um aumento abrupto estimulasse protestos e paralisações pelo país.
Nesta quinta-feira (10), a Petrobras anunciou que vai elevar o preço da gasolina e do diesel, após 57 dias sem reajustes. Para a gasolina, a alta será de 18% e, para o diesel, de quase 25%. Os novos valores começam a ser praticados nesta sexta-feira (11). Com isso, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro.
Como queria o governo federal, o repasse não foi integral. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), ainda há uma defasagem no preço do litro da gasolina no Brasil de cerca de 12%.
Na última terça-feira (8), o presidente da empresa estatal, Joaquim Silva e Luna, participou de reunião no Palácio do Planalto para avaliar o quadro de pressão sobre o preço de combustíveis. A defasagem dos preços chegou a ser citada, segundo assessores do governo.
Para tentar evitar novos aumentos, o governo federal prepara um programa de subsídio transitório, de três meses, com um custo de cerca de R$ 20 bilhões.
Os cálculos são feitos pelas equipes política e econômica, que se reuniram na quarta-feira (9) para decidir que medidas adotar diante da elevação do barril do petróleo diante do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Segundo diagnóstico feito à CNN Brasil por assessores do governo, o esforço tem como objetivo evitar que o litro da gasolina chegue a R$ 10 no país.
Procurado pela CNN Brasil, o Palácio do Planalto não respondeu ao pedido de informação da reportagem.
Foto: REUTERS/Sergio Moraes