A prevenção aos diversos tipos de câncer deve estar na rotina dos cuidados com a saúde de toda a população. E quando o assunto é o câncer colorretal, março passou a ser o mês referência para a temática. Até o ano passado o Brasil realizava essa abordagem em setembro. Agora, ela foi unificada no terceiro mês do ano, alinhando o cronograma de abordagem sobre o câncer colorretal com diversos outros países.
O tema é relevante pois, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é estimado que no triênio 2020-2022 haja 20.520 casos da doença em homens e 20.470 em mulheres a cada ano. A neoplasia está na lista dos três tipos de câncer que mais atingem os brasileiros, causando aproximadamente 20.578 mil óbitos em 2020.
Membro da equipe de coloproctologia do Instituto Orizonti e presidente da Sociedade Mineira de Coloproctologia, Bruno Giusti Werneck, reforça a importância da abordagem em torno do Março Azul-Marinho, voltado para o tumor maligno que se instala no cólon ou no reto (ou seja, no intestino grosso).
“Estamos falando do segundo câncer mais comum nos homens — atrás apenas do câncer de próstata — e o segundo mais comum nas mulheres — atrás do câncer de mama. Esse câncer está entre os que mais mata no Brasil. Daí o empenho em fortalecer a campanha, para alertar a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce”, enfatiza.
A maior incidência da enfermidade é a partir dos 45 anos, podendo aumentar com o avanço da idade. O tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso, também chamado de cólon, ou em sua porção final, no reto.
Prevenção – Werneck é enfático ao dizer que a prevenção desse tipo de câncer, assim como em diversas outras doenças, passa pelo desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis. “Isso inclui, além da prática de exercícios físicos, uma alimentação rica em fibras, com baixa quantidade de sódio, evitando alimentos ultra processados e enlatados, eliminando, ainda, o tabagismo e reduzindo o consumo de álcool. Todos esses fatores são essenciais na prevenção”, disse.
Diagnóstico – O diagnóstico da doença se faz por colonoscopia, que examina todo o intestino grosso. Além de ser um exame diagnóstico, a colonoscopia também serve para fazer o monitoramento preventivo. “A colonoscopia é o método mais avançado, mas não é o único. Há também a pesquisa de sangue nas fezes e a colonoscopia virtual. Cada um tem uma indicação diferente”, explica.
O médico lembra ainda que, desde 2019, a idade inicial para o acompanhamento de quem não possui histórico familiar da doença é 45 anos. Ele ainda alerta para fatos que podem ser sintomáticos. É o caso de sangramento nas fezes, emagrecimento sem motivo, muco ou pus nas fezes, dor abdominal e anemia. “Quando o paciente tem esses sintomas ele tem que procurar ajuda para avaliar, independentemente da idade. As chances de cura da doença quando detectada precocemente são de 95%”, afirma.
Tratamento – O membro da equipe de coloproctologia do Instituto Orizonti explica ainda que o tratamento para o câncer colorretal pode ser realizado de diferentes maneiras. Isso quer dizer que ele pode ser feito por cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Isso vai depender basicamente de fatores como o estágio da doença, a localização e a presença ou não de sintomas. “O fator principal é o tempo de evolução. É por isso que, quanto mais precocemente detectado, melhor”, conclui.
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