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Acredite quem quiser: Bolsonaro diz que acabou o tempo da corrupção logo após demitir o ministro da Educação Ex-capitão também afirmou que este é o ‘tempo do livre mercado’, dias após demitir general Silva e Luna da Petrobras

30 de março de 2022, 14h29 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Carta Capital

Dois dias após confirmar a saída de Milton Ribeiro do comando do Ministério da Educação por indícios de corrupção e pedidos de propina na pasta, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que seu governo teria acabado com ‘a corrupção, as mentiras e com a demagogia’ no País.

“Tenho certeza que cada vez mais estaremos levando o Brasil para aquilo que é certo. Acabou o tempo da demagogia, da mentira e da corrupção”, disse nesta quarta-feira 30, omitindo o escândalo que atinge um dos seus principais aliados.

Além do ministro, o próprio presidente está no centro do escândalo. Em áudio vazado pelo jornal Folha de S. Paulo na última semana, Ribeiro afirma que privilegia prefeitos ‘amigos de pastores’ a pedido de Bolsonaro. O ministro diz ainda que, em troca, o governo recebe apoio das igrejas.

Os religiosos Gilmar Santos e Arilton Moura seriam os operadores do esquema dentro do MEC e responsáveis pela cobrança de propina em dinheiro, ouro e até bíblias em troca de liberação de emendas. Registros mostram que, com a atuação dos pastores, as verbas que demoravam meses a serem empenhadas, eram liberadas em apenas 16 dias.

Também nesta quarta, a ministra Rosa Weber determinou que o inquérito que apura a prevaricação de Bolsonaro no escândalo envolvendo a compra das vacinas indianas Covaxin siga aberto. A decisão não acatou o pedido de arquivamento do caso feito pela PGR. Bolsonaro, no entanto, não citou sua participação nos dois episódios. No discurso, disse apenas estar satisfeito por ter livrado o Brasil de um ‘presidente vermelho’.

Logo após afirmar ter livrado o País da corrupção, Bolsonaro passou então a defender que o Brasil vive agora ‘o tempo do livre mercado’. A defesa ocorre dois dias depois de ele demitir o general Joaquim Silva e Luna da Petrobras pelo alto preço dos combustíveis praticado pela empresa.

Para o lugar do militar, Bolsonaro nomeou o consultor Adriano Pires, conhecido pela longa atuação em defesa de empresas privadas do setor de energia. Pelo histórico, nada indica que o novo chefe da estatal irá mudar a política de preços responsável pelo alto valor dos combustíveis vendidos no Brasil.

Segundo afirmou nesta quarta-feira, o vice-presidente, Hamilton Mourão, ‘nada muda’ com a chegada do lobista ao cargo. Paulo Guedes, ministro da Economia, disse ainda na terça-feira que a nomeação de Pires não foi sua indicação e que isso não seria ‘problema dele’. O ministro ainda afirmou que a Petrobras não será privatizada na atual gestão.

Foto: Reprodução

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